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Justiça manda fechar os três bingos de Diadema
Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
14/12/2005 | 08:00
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Por ordem da Justiça, os bingos de Diadema foram fechados no final de novembro. O Ministério Público da cidade havia entrado com ação civil pública em abril deste ano pedindo o fechamento das casas de jogos. No mês passado, foi concedida liminar ao MP. A medida culminou no fechamento das três casas de jogos existentes na cidade: os bingos Star e o São Jorge, no Centro, e o 33, no bairro Piraporinha.

O advogado Wagner Mordaquine, que representa as empresas junto com outros profissionais, afirma que a decisão do TJ (Tribunal de Justiça) do Estado de São Paulo prejudicará cerca de 60 funcionários dos bingos Star e 33. "Essas pessoas terão de ser demitidas, caso a decisão da Justiça seja contrária aos empresários", afirma. Segundo ele, as duas empresas aguardam decisão da 4ªVara Cível de Diadema, que deve sair ainda neste ano. No caso do bingo São Jorge, que tem cerca de 25 funcionários, os advogados afirmam que recorrerão ao TJ da liminar dada em 1ªinstância.

A reportagem do Diário percorreu as três casas: todas fechadas. A multa prevista pela Justiça é de R$ 10 mil reais por dia de desobediência. Em acórdão do Tribunal de Justiça, que concedeu a liminar contra as empresas Star e 33, atividade de promover jogos de bingo é classificada como contravenção penal.

"A única coisa de errada em relação aos bingos é que não há uma legislação clara sobre o assunto. Em São Bernardo, o Tribunal decidiu a favor dos bingos. Em Diadema, contra", afirma. Em outubro, os bingos de São Bernardo conseguiram suspender temporariamente no TJ (Tribunal de Justiça) a liminar concedida pela juíza da 8ª Vara Cível da cidade.

Enquanto prossegue a guerra judicial entre Ministério Público e bingos, jogadores chegam a se aglomerar esperando que o bingo São Jorge reabra. Ao ver a reportagem, um senhor ansioso logo pergunta: "Vai abrir? Vai abrir?" O ajudante José Laudelino dos Santos, 47 anos, conta que ganhou R$ 200 no dia do fechamento da casa. "Eu ganhava direto, por isso que eu gostava e sou favorável à reabertura", afirma o jogador.

Na mesma calçada, de passagem, estava o vendedor Antônio Monteiro dos Santos. "Eu sou contra. Se for para legalizar o jogo, então que se legalizem todos eles. Por que não fazer uma Las Vegas no Nordeste?", filosofa. O ajudante-geral Aparecido Braga, 26, afirma que sua maior preocupação são os empregos gerados pelos bingos. "Sou contra o fechamento porque há muita gente que ganha o pão trabalhando aí", opinou, referindo-se ao Bingo 33.

No muro do prédio onde funcionava a casa, uma placa alertava sobre os perigos do vício do jogo. Entre eles, os estragos na vida financeira dos adeptos do bingo.




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