Política Titulo Santo André
Grana ataca rivais em ato e fala em superar a crise

Manifestação reúne 3.000 pessoas no Paço; atividade
defende Dilma, além de ações do governo municipal

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
29/08/2015 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


Em ato ontem no Paço, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), usou sua fala para atacar adversários políticos do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e também rivais locais, sem mencionar nomes, ao afirmar que “grupos ligados à elite” da sociedade deixaram evidente apoio ao golpe em Brasília e disseminaram ódio pelas ruas da cidade. “Vi a primeira (em março), a segunda (abril) e agora a terceira manifestação (no dia 16). Tem pessoas que estiveram (presentes) e não têm coragem de assumir interesses partidários”, alegou. O petista reiterou que a atividade, que reuniu cerca de 3.000 pessoas, segundo a Polícia Militar, no começo da noite, tinha como alvo mostrar que o município “não tem apenas uma única opinião”. A expectativa dos organizadores era reunir 5.000 pessoas.

Grana citou que “viu pessoas sem história” usarem a Praça 4º Centenário “com raiva” apenas com discurso de “tirar o PT” da cadeira, em menção ainda à última manifestação, infiltrada por militantes de legendas de oposição. “Tem de haver respeito à democracia. Precisamos de pluralidade de ideias”, avaliou. Na sequência, o prefeito adicionou que “tem setores que não engolem” político da classe trabalhadora no poder. “Sei que é difícil aceitar sindicalista no governo. Isso incomoda. Faz parte do jogo político. Só com diálogo iremos superar esse preconceito”. A ação previa retrucar os protestos contrários, protagonizados no mesmo local.

O evento foi organizado por sindicatos, movimentos sociais e partidos políticos, aliados à administração municipal, como PDT e PCdoB, convocado pela ‘defesa da democracia’. A atividade ficou recheada, principalmente, de petistas. Grana relembrou os tempos de sindicalista e discursou por aproximadamente 25 minutos em cima do caminhão de som. O petista criticou o que chamou de hipocrisia de parte dessas alas ao demonstrar insatisfação seletiva diante de casos de corrupção e ao pedir impeachment da presidente por conta das crises política e econômica. “O País passa sim por problemas (financeiros). Mas já tivemos outros momentos assim e superamos. Não justifica movimento por golpismo.”

Ex-prefeito, João Avamileno (PT) argumentou que o Brasil já viveu situações de crise piores das que a atual, inclusive na ditadura militar (1964-1985). “Não podemos permitir retrocesso”. O deputado estadual Teonílio Barba (PT) classificou o momento de “disputa política”. “Eles (oposição) tentam dar o golpe, porque não aceitam o resultado das urnas”. Secretário do Trabalho da Prefeitura e presidente licenciado do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Martinha (PDT) falou em “combatividade” ao convidar a região a ficar à frente das ações em prol do respeito ao voto.

O prefeito sustentou que tem “muita gente pregando o fim do mundo” para desestabilizar e desgastar o governo, referindo-se ao período de dificuldade vivenciado no Palácio do Planalto. “Querem contaminar (a população) com intolerância. Não vamos deixar que isso aconteça. A proposta é superar (a crise) com trabalho e dedicação, dando o exemplo a partir de Santo André”, disse, ao acrescentar que, caso chamado pelas centrais sindicais, pode também entrar na ofensiva para cobrar ações de Dilma. “Se preciso for, vou brigar com o (ministro da Fazenda, Joaquim) Levy. Não é porque apoio a presidente que não vamos apontar os erros.”

SEM VIRAR CASACA
A proposta do evento era também dar destaque que o PT ‘não abaixou a cabeça’ diante da situação adversa, ao demonstrar força política. Isso porque a crise em Brasília tem preocupado petistas. A cúpula da legenda teme que a instabilidade política possa influenciar diretamente na eleição municipal. O diretório estadual da sigla anunciou que 14 dos 68 prefeitos petistas migram de partido para evitar derrota na disputa do ano que vem. Grana descartou qualquer possibilidade de deixar a legenda, mesmo admitindo que tem escutado nas ruas que o seu principal problema é o PT. “Eu sair do PT é a mesma coisa que um corintiano virar palmeirense.”




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