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Hungria comemora Levante de 1956 e homenageia heróis
Do Diário do Grande ABC
23/10/1999 | 14:37
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A Hungria homenageou este sábado "os hérois de outubro" com motivo do 43º aniversário do levante húngaro de 1956 contra a dominaçao soviética.

"A Hungria conseguiu aderir à Organizaçao do Tratado do Atlântico Norte (Otan) graças a 1956", disse este sábado o primeiro-ministro, Viktor Orban, no cemitério de Budapeste, durante a inauguraçao de um marco dedicado à memória da centena de vítimas do levante.

"Os heróis de outubro ainda estao entre nós como também estao muitas pessoas que ajudaram a esmagar a revolta e participaram das represálias", lembrou na noite desta sexta-feira (hora local) o ministro dos Esportes, Tamas Deutsch, diante de milhares de estudantes.

"Os processos judiciais contra eles ainda nao terminaram e várias pessoas que se opunham ao levante de 1956 e ao advento de nossa jovem democracia em 1990 ocupam atualmente cargos importantes", lamentou.

Foram retomados em Budapeste vários processos por crimes contra a humanidade contra ex-oficiais húngaros que em outubro de 1956 dispararam contra a multidao de manifestantes desarmados em várias cidades, matando pelo menos cem pessoas e ferindo outros milhares.

Os húngaros celebram este sábado o 43º aniversário do levante contra a dominaçao soviética e o décimo aniversário da proclamaçao da República da Hungria.

Ante o Parlamento de Budapeste, várias personalidades políticas, entre elas o presidente Arpad Goencz, detido por seis anos por sua participaçao no levante, e o prefeito da capital, Gabor Demszky, participaram do içamento da bandeira, enquanto o hino nacional soava ao fundo.

O dia de sábado foi marcado em toda a Hungria por homenagens organizadas pela iniciativa do governo de oposiçao e composto por ex-participantes do levante. Foram depositadas coroas de flores nos túmulos das vítimas e várias cerimônias foram iluminadas com tochas.

O Partido Socialista (oposiçao), criado em 1989 pela ala reformista do Partido Comunista, comemorou o acontecimento em Kaposvar (ao sul), cidade natal do ex-primeiro-ministro, Imre Nagy, executado em 1958 pelo regime comunista que reprovou seu papel no levante.

O Partido Socialista fez um apelo para "tornar o dia 23 de outubro em dia de reconciliaçao e de unidade nacional e nao de rancor".

Entre 23 de outubro e 4 de novembro de 1956, tanques soviéticos reprimiram brutalmente o movimento contra a dominaçao, provocando o exílio de milhares de pessoas. Em seguida, o Partido Comunista pró-soviético dirigiu o país por 34 anos até a queda da cortina de ferro há dez anos.

Este fato permitiu a proclamaçao da nova república, atual membro da Otan e em vias de negociaçao para a adesao à Uniao Europea (UE).




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