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Franz Ferdinand prepara o lançamento de seu segundo disco
Dojival Filho
Do Diário do Grande ABC
10/10/2005 | 08:45
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O universo pop está prestes a ser chacoalhado mais uma vez. Um dos expoentes da novíssima geração do rock, o aclamado grupo escocês Franz Ferdinand, prepara o lançamento oficial de seu segundo disco, You Could Have It So Much Better... With Franz Ferdinand, que deve chegar às lojas brasileiras até o final deste mês. Segundo a gravadora Trama, que representa a banda no país, ainda em outubro deverá ser lançado um single com músicas extras, e um DVD, em novembro.

Mas, apesar de todo o estardalhaço provocado pela mídia em torno da bolachinha, o incauto leitor pode perguntar: “E daí?”. Bom, a resposta para tanta expectativa é simples. Toda vez que o rock entra em crise de criatividade e a maioria dos músicos do gênero não apresenta nenhum trabalho digno de nota, os que acompanham as movimentações no mercado fonográfico se dividem em duas vertentes: há os deslumbrados com qualquer novidade vinda lá do sudoeste de algum recanto anglo-saxão e os fãs radicais, avessos a qualquer renovação no cenário musical.

No caso do Franz Ferdinand, grupo escocês que despontou para o grande público no ano passado, com o megahit Take Me Out, presente em seu disco de estréia homônimo, de 2003, o deslumbramento faz muito sentido. Com letras que apresentam qualidade acima da média, virtude confirmada no novo álbum, que, muito antes de seu lançamento, já vazou na internet, o Franz Ferdinand produz rock “para as garotas dançarem”, definição utilizada pelo guitarrista, vocalista e compositor, Alex Kapranos.

Não foi muito claro? Então, antes de ouvir You Could Have... e suas 13 inspiradas faixas, procure o primeiro lançamento dos escoceses, que tocam juntos há apenas quatro anos e se conheceram na Escola de Artes de Glasgow. O ouvinte irá perceber a marcação rítmica da disco music produzida no final dos anos 70; guitarras ensandecidas que ora flertam com o punk, ora namoram o pós-punk dos anos 80; e um vocalista um tanto afetado que não nega a influência de David Bowie e Robert Smith, do The Cure.

Referências – Para começar a entender o grupo, também formado por Bob Hardy (baixo), Nick McCarthy (guitarra), Paul Thompson (bateria), ouça as ótimas Darts of Pleasure e Tell Her Tonight. Quer outras referências? Smiths, Blur e umas pitadinhas da sonoridade das bandas da primeira invasão britânica temperam o caldeirão do Franz Ferdinand, nome que “homenageia” o duque austro-húngaro Francisco Ferdinando, cujo assassinato deu início à Primeira Guerra Mundial.

Quanto às letras, basta reparar nos versos de Darts of Pleasure, do repertório do disco de estréia. “Você é o adversário mais atrasado/ Você é o único que se recorda/ Você é o vilão que envia uma fileira de fantástica paixão sombria”, diz um dos trechos da canção.

Preste atenção na grudenta Walk Way, presente em You Could Have, compostos com os mesmos ingredientes do álbum anterior, que vendeu cerca de 50 mil cópias somente no Brasil. “Nenhum terremoto irá partir o solo/ Porque você não vai embora?/ O Sol não vai engolir o céu/ (...) Estátuas não irão chorar”.

Por enquanto, apenas uma composição dessa nova safra já demarcou terreno na programação das rádios e da MTV, a balançante Do You Want To. Porém, pelo visto (e, principalmente, ouvido), não vai demorar muito para os escoceses fazerem um estrago ainda maior e conquistarem mais territórios mundo afora.




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