O técnico da seleção de Portugal, o brasileiro Luiz Felipe Scolari, afirmou terça-feira que não renovará o contrato com a Federação Portuguesa após a Eurocopa-2008.

"É lógico e natural que, ao término da Eurocopa de 2008, meu contrato com a seleção chegue ao fim", afirmou Felipão, vencedor do prêmio Artur Agostinho, que recompensa a personalidade esportiva do ano em Portugal.

"O trabalho de um treinador está limitado a cinco ou seis anos", destacou o gaúcho em entrevista ao jornal Record.

"Estamos ainda neste limite, porém, quando se passa disso, as coisas ficam mais difíceis, já que se criam hábitos e laços com os jogadores que podem influenciar em que as coisas não saiam tão bem", acrescentou.

Scolari assumiu a seleção portuguesa em janeiro de 2003, seis meses depois de ter levado o Brasil ao quinto título mundial na Copa do Mundo de 2002, na Coréia do Sul e Japão.

O treinador, que levou Portugal ao vice-campeonato da Eurocopa-2004 e ao quarto lugar no Copa da Alemanha neste ano, já renovou o contrato em duas oportunidades, a última em julho, até 2008.

A seleção da Inglaterra tentou contratar Felipão (ou "Big Phil", no caso) antes do Mundial na Alemanha, mas o brasileiro recusou a proposta para não prejudicar o desempenho de Portugal no torneio.

"Não era possível. Ninguém pode assinar com uma seleção e continuar dirigindo outra. Era uma escolha difícil, mas não podia aceitar", explicou.

Ao ser questionado sobre seu futuro profissional, Scolari afirmou que não descarta a possibilidade de treinar um clube, mas ainda não teme nenhum projeto em mente para depois de 2008.

"Posso ficar aqui, ir para outro país europeu ou voltar ao Brasil. Não sei", concluiu.