Lideranças do PT de Santo André formalizaram ontem ato pró-Dilma Rousseff, candidata à reeleição, na tentativa de furar “voto conservador” no Estado. Cerca de 160 pessoas se reuniram à noite em pizzaria da cidade. O alvo foi manter o foco nesta reta final de campanha presidencial petista. Por ter 22% do eleitorado de todo o País, São Paulo é considerado estratégico para o PT. Por isso, a legenda está “organizando os últimos passos” para buscar eleitores paulistas.

No primeiro turno, São Paulo destinou 10,1 milhões de votos (44%) para o candidato Aécio Neves (PSDB), enquanto Dilma ficou com apenas 5,9 milhões de sufrágios (25%). Os tucanos venceram o PT também para o governo do Estado e ao Senado. Além disso, a sigla perdeu seis deputados federais e dez cadeiras na Assembleia Legislativa. Para integrantes da cúpula petista, o prefeito de São Bernardo e coordenador de campanha de Dilma na esfera paulista, Luiz Marinho (PT), foi um dos principais culpados pelo mau desempenho da legenda.

Colocando panos quentes no assunto nesta etapa derradeira, o deputado estadual eleito Luiz Turco (PT) disse que o principal fator do revés petista é o conservadorismo paulista. “(O mau resultado) Não é culpa de ninguém. O Estado de São Paulo é conservador. Vamos ter que avaliar como o PT tem que se portar daqui para frente”, disse, buscando isentar Marinho do saldo negativo.

Para tentar angariar votos para Dilma em Santo André, o petista orientou os militantes a “fazer o debate qualificado, explicando a diferença dos dois projetos” políticos. Presidente do PT andreense, ele também defendeu a tese que os investimentos na cidade podem ser interrompidos caso Dilma não seja reeleita. Essa mesma opinião foi explorada pelo vereador Alemão Duarte (PT). “Não votar em Dilma é perder R$ 1 bilhão de investimentos do governo federal para Santo André”, disse.

Turco exaltou o resultado da última pesquisa Datafolha, que apontou a petista com 52% das intenções de votos e Aécio com 48%. “Acho que vai ser eleição muito difícil. Acredito muito na vitória da Dilma. Acredito que ela virou no momento certo. Isso é bom sinal, anima a militância. A ordem agora é não perder o foco. Com isso, tenho certeza que Dilma ganha a eleição com três ou quatro pontos de vantagem em relação ao adversário”, declarou.