Senador paulista Aloysio Nunes exaltou os
números de Aécio na região no primeiro turno
O senador paulista Aloysio Nunes (PSDB), candidato a vice na chapa presidencial encabeçada por Aécio Neves (PSDB), garante: quem conhece o presidenciável tucano votará no PSDB no dia 26. E emenda que o eleitor que entende o modus operandi do PT e da presidente Dilma Rousseff, que busca reeleição pelo partido, jamais depositará o voto na rival.
“Quem conhece o Aécio, vota nele. Quem conhece a Dilma não vota nela. É pelo menos o que diz o resultado das urnas do Grande ABC. Pois, quem conhece o PT na intimidade, a sua forma de governar, não opta por eles”, externa Aloysio, em entrevista exclusiva ao Diário.
O postulante a vice-presidente da República exalta os números de Aécio no Grande ABC no primeiro turno. O presidenciável tucano venceu em quatro das sete cidades e, na votação geral, superou Dilma em 71 mil votos – 531.764 votos para Aécio contra 460.680 para a petista.
Aloysio também tenta rebater críticas disparadas pela candidatura do PT, creditadas por ele como “mentiras e calúnias”. Para o senador paulista, estratégia adotada pelos adversários remonta táticas de governos “totalitários, autoritários e nazistas”.
“Isso é próprio de partidos, correntes e ideologias autoritárias, totalitárias. Isso é nazismo. Um nazismo tupiniquim. É um pouco acanhado, mas é. Pois, quando se mente deliberadamente, sabendo que está mentindo, trata-se de traço de manipulador, que revela índole manipuladora”, opina o político.
O tucano garante que o governo Aécio vai recuperar a Petrobras, defende políticas sociais criadas no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e argumenta que a administração de Dilma falhou na condução da política econômica, principalmente no controle da inflação.
Como o sr. avalia os votos recebidos por Aécio Neves no Grande ABC?
No Grande ABC, o Aécio teve grande vitória. Ficou à frente da Dilma (Rousseff, do PT), conquistando 531 mil votos, contra aproximados 460 mil do PT (Aécio Neves registrou na região 531.764 sufrágios, ante 460.680 da presidente da República e candidata à reeleição pelo PT). No entanto, o mais importante é que no Grande ABC votaram 1,482 milhão de eleitores. Deste montante, apenas 31% escolheram a Dilma. Ou seja, quase 70% deste público rejeitou a continuidade do governo petista.
Em São Bernardo, que possui duas figuras mais emblemáticas da legenda, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o prefeito Luiz Marinho, coordenador da campanha de Dilma no Estado, o Aécio saiu vitorioso. O sr. atribui a que fatores esse cenário?
Isso mostra que também em São Bernardo os eleitores querem mudança. O Aécio conquistou na cidade 159 mil votos, contra 144 mil votos da Dilma. E o que precisa ser levado em conta é que em todo o município foram às urnas 438 mil pessoas, ou seja, a grande maioria disse ‘não’ ao PT, porque esse pleito pode ser visto também como plebiscito. A escolha por uma continuidade ou a interrupção de um governo. E os moradores de São Bernardo, neste primeiro turno, em sua grande maioria, preteriram a Dilma.
No Grande ABC, circulou a informação de que eventual vitória de Aécio significaria derrota para região em termos de investimentos, sob alegação de que o PT é que mais repassou recursos aos municípios. O que sr. diz a respeito disso? O Grande ABC corre risco de corte de investimentos?
Esse é o tipo do discurso do medo, da chantagem eleitoral. Eles pensam que o eleitor é bobo. Evidentemente que isso não tem o menor cabimento. Pelo contrário, o governo Aécio será eficiente, além de ético, que vai fazer as coisas acontecerem. Hoje, se triplicar o balanço das execuções das obras do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) veremos que eles anunciam o PAC 3, sendo que boa parte do PAC 1 não foi executada. E muitas ações ainda não saíram do papel. Ameaça mais grave para o Grande ABC é a continuidade do governo Dilma, muito por conta da inépcia e da falência desta gestão na política econômica. Estão provocando a desindustrialização do Brasil, a desindustrialização da região e do Estado.
A campanha de Dilma tem explorado na TV o fato de Aécio ter sido segundo colocado em Minas Gerais no primeiro turno, dizendo que ‘quem conhece Aécio, não vota’. Como o sr. avalia essa estratégia?
Quem conhece o Aécio vota no Aécio. Ganhou a eleição como governador de Minas Gerais em primeiro turno. Foi reeleito posteriormente com mais de 70% dos votos válidos. Elegeu seu sucessor (Antonio Anastasia, do PSDB) também com mais de 70% dos votos. Foi eleito senador com a maior votação proporcional do País. Hoje, as pesquisas de intenções de voto mostram o Aécio liderando dentro do território mineiro. Então, quem o conhece, vota nele. E tem mais: quem conhece a Dilma não vota nela. É pelo menos o que diz o resultado das urnas do Grande ABC. Pois, quem conhece o PT na intimidade, a sua forma de governar, não opta por eles.
O sr. afirmou que seus adversários têm buscado a mentira para fazer campanha. Existe precaução estratégica por parte do PSDB para trazer o eleitor para seu lado?
Falar a verdade. Na internet, as pessoas que trabalham com a gente estão procurando desmentir essas afirmações que eles colocam. Vou dar um exemplo, que diz respeito a mim. Um desses blogs sujos afirmou que eu votei contra a criação da Comissão da Verdade. Ora, fui o relator do projeto no Senado e (o texto) foi aprovado por unanimidade. No entanto, eles dizem o contrário. E procuramos rebater. O que não faz parte da nossa índole política são a calúnia e a mentira. Isso é próprio de partidos, correntes e ideologias autoritárias, totalitárias. Isso é nazismo. Um nazismo tupiniquim. É um pouco acanhado, mas é. Pois, quando se mente deliberadamente, sabendo que está mentindo, trata-se de traço de manipulador, que revela índole manipuladora. É próprio de regimes autoritários. Há o desprezo pela verdade, pelo outro, por sua inteligência.
Nos debates, o PT tem argumentado que o Programa Bolsa Família é construção do governo Lula e não tem parentesco com a gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O que o sr. pensa sobre isso?
A lei diz que é junção (de programas da administração de FHC, como Vale Gás. Bolsa Escola e Bolsa Alimentação). Eles mentem e mentem, porque a mentira é a essência do discurso político de um governo que não tem mais nada a oferecer ao País, que se esgotou.
Como o sr. avalia a atual política econômica?
A economia não cresce e a inflação está alta. O emprego perdendo fôlego. Nos últimos 13 anos, é o menor índice de criação de empregos registrado. Sem falar em desemprego oculto que existe no Brasil. Oculto sob a forma de pessoas que não estão trabalhando nem procurando, já desistentes na busca por vagas, e hoje estão fora do mercado de trabalho ou estão no mercado informal. É contingente imenso de pessoas.
O sr. acredita que votos conquistados pela Marina Silva (PSB) serão transferidos para Aécio? Do total de 22 milhões no Brasil, ela obteve 404 mil no Grande ABC.
Quem votou na Marina é gente que não quer a Dilma. Já não queria. E reforçou as suas razões para a escolha do voto em razão dos ataques mentirosos destinados a ela, dizendo que em eventual vitória a ex-senadora iria cortar R$ 1,2 bilhão da Educação. É grau de verossimilhança que chega ao delírio. Isso foi falado pela presidente Dilma, que representa a Nação, em um debate. Vou repetir frase do ex-presidente Lula, que afirmou estar de saco cheio das denúncias de corrupção. Eu vou dizer que o povo brasileiro está de saco cheio da corrupção, da incompetência, do populismo. A grande maioria está de saco cheio do PT.
Como reverter os escândalos da Petrobras? E o sr. acredita que é possível um presidente da República não saber o que um diretor executa na empresa?
É uma empresa muito grande, que tem gente de muito valor, funcionários de carreira e que precisam ser valorizados. Temos o pré-sal, a possibilidade de crescimento no mercado interno. A empresa tem toda a condição de ser recuperada. É impossível não saber. Especialmente a Dilma, que chegou ao governo Lula como a grande especialista em Minas e Energia. Ela foi ministra da Pasta e teve presença forte no conselho de administração da Petrobras.
Líderes da região unem discurso pró-Aécio
Principais líderes políticos do Grande ABC se reuniram ontem, na Capital, com o candidato a vice-presidente da chapa do PSDB, Aloysio Nunes, para unir forças pela vitória de Aécio Neves (PSDB) na corrida presidencial.
O encontro ocorreu no comitê central da legenda, cujo foco foi intensificar a mobilização pelas ruas da região no segundo turno. “É arregimentação de forças que vão muito além daquelas que estiveram com a gente no primeiro turno. Semelhante a outras que estão ocorrendo por todo País”, explicou Aloysio.
Deputado estadual reeleito com a maior votação no Grande ABC, Orlando Morando (PSDB) exaltou a conquista tucana perante o eleitorado das sete cidades. “O Grande ABC tem cada vez mais comprimido o PT. Essa coisa de dizer que é território deles foi superado. Eu fui o deputado mais votado, o (Geraldo) Alckmin (governador reeleito de São Paulo) venceu, assim como o (José) Serra (candidato eleito ao Senado) e o Aécio. Nós vamos é ampliar a densidade e mostrar que o dono do voto da região é o eleitor”, destacou.
No primeiro turno, Aécio registrou nas sete cidades 531.764 votos, ante 460.680 sufrágios da presidente da República e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff.
Na avaliação do ex-prefeito de São Caetano e secretário paulista de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior (PTB), integrante da coordenação de campanha de Aécio, o encontro serviu para destacar o papel de cada um na empreitada. “Temos de usar todas as ferramentas éticas da política, porque campanha de ódio e mentirosa não é do estilo do Aécio. Vamos fazer presença física, tomando as ruas.”
Alex Manente (PPS), deputado federal eleito e cujo seu partido apoiou a candidatura de Marina Silva (PSB) no primeiro turno, garantiu que o diálogo será o principal fator na campanha. “Precisamos fazer com que a população entenda que o PT tem usado muitas mentiras e mostrar para quem votou pela mudança que agora só existe uma.”
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