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Devoção a Aparecida leva multidão às ruas

Jornalista do Diário participa, em São Caetano, da cavalgada em homenagem à padroeira

Nilton Valentim
Do Diário do Grande ABC
13/10/2014 | 07:02
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Andréa Iseki/DGABC


A fé e a devoção dedicadas a Nossa Senhora Aparecida atraíram aproximadamente 800 cavaleiros e charreteiros, segundo os organizadores, para a 12ª edição da cavalgada realizada em homenagem à padroeira do Brasil, que ontem percorreu algumas das principais ruas de São Caetano. Além deles, houve quem acompanhasse o cortejo a pé, de bicicleta e de moto, o que mobilizou pelo menos 10 mil pessoas.

“Esse evento cresceu muito. Sua realização é um presente para mim”, afirmou o empresário Francisco Antônio Locoselli, 47 anos, presidente da comissão de organização da cavalgada. Segundo ele, devotos de várias partes da Grande São Paulo e do Interior participaram.

Neste ano, entre os que montaram do início da Avenida Goiás e apearam na igreja dedicada à santa, no bairro Barcelona, estava este jornalista.

Interiorano de nascimento e urbano por opção da família, que nos anos 1970 resolveu trocar o sítio pela Capital e depois mudou-se para o Grande ABC, fui apresentado à montaria minutos antes do início do cortejo, pois, confesso, não andava a cavalo há mais de uma década. Mas acreditem, não fiz feio durante o trajeto.

No começo, em frente à delegacia da Avenida Goiás, estava como o personagem da música/oração Romaria, do compositor Renato Teixeira: ‘Perdido em pensamentos sobre o meu cavalo (na verdade uma égua)’. O principal deles, confesso, era não cair.

O animal, que segundo a organização do evento seria manso, pareceu não ter ido com a minha cara (acho que se incomodou mesmo foi com o sobrepeso deste que vos escreve), e mostrou-se indócil logo que coloquei o pé no estribo e avancei para a sela. Até pensei em desistir, mas contei com a ajuda de alguns participantes que, vendo a minha notória falta de jeito, deram dicas de como segurar as rédeas e impor a minha vontade ao animal.

Nas duas horas que durou a cavalgada, tive tempo para refletir sobre a devoção à padroeira do Brasil. Emocionante ver o casal que conduzia uma menina vestida com manto azul, igual ao da santa. Chamavam atenção as pessoas que, do alto dos prédios e das calçadas, saudavam a passagem da imagem e colocavam pedidos, anotados em papel, na urna com rodinhas que era empurrada incansavelmente por uma senhora e que depois seriam levados para serem abençoados durante a missa em louvor a Aparecida.

Tocante notar o sentimento de gratidão manifestado pelo empresário Juliano Franchini, que ao lado do pai, Cláudio, participou pela sétima vez da cavalgada para agradecer à santa. “A fé em Nossa Senhora é o que atrai a mim e ao meu filho”, completou Cláudio.

Cerca de 15 mil fiéis participaram de missas em São Bernardo

Alegres, agradecidos, emocionados e motivados, os devotos de Nossa Senhora Aparecida fizeram linda festa para a padroeira do Brasil na igreja que homenageia a santa no bairro Pauliceia, em São Bernardo. “Neste ano fizemos sete missas – uma a mais que no ano passado –, sendo que a das 10h reuniu 5.000 pessoas. No total, estimo que o total de eucaristias distribuídas chegue próximo de 15 mil”, relata o padre Alexandre Costa Santos, responsável pela paróquia e pela organização dos festejos, que tiveram a participação de um exército formado por 300 voluntários.

A celebração foi grandiosa em vários aspectos. “Seguindo a orientação do papa Francisco de que a igreja deveria levar a fé para perto das pessoas, fizemos a novena que antecedeu a data de um jeito diferente: na rua. Escolhemos nove vias, que foram fechadas para segurança dos fiéis. A cada noite de oração recebemos cerca de 400 pessoas”, conta o pároco, que passou 45 dias planejando a festa.

O entusiasmo deu brilho à festa. Na missa das 10h, houve a procissão com a entrada da imagem de Nossa Senhora com manto azul de 55 metros, seguido pelo sobrevoo de um helicóptero que fez chover água benta e pétalas de rosas sobre os fiéis. A missa das 16h teve a participação do bispo da diocese de Santo André, dom Nelson Westrupp, cuja homilia reforçou a importância da devoção à padroeira como caminho mais curto para chegar a Jesus Cristo.

“Como toda mãe, Nossa Senhora é uma presença solícita, sempre atenta a seus filhos e filhas, especialmente nos seus momentos de fragilidade e dor”, ensina dom Nelson, que no dia 29 de junho completou 50 anos de ordenação. “O aumento de peregrinos em busca de conforto é perceptível a cada ano”, avalia o bispo.(Andréa Ciaffone)
 




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