Novo projeto do cantor incluiu shows em sete cidades brasileiras com músicos locais
Os palcos ficaram pequenos para Pedro Mariano, que fez uma turnê acompanhado por formações com 20 ou 24 músicos. “A experiência de cantar com orquestra é sensacional. Acabei ficando mal-acostumado”, diz com bom-humor o intérprete, que está lançando o CD/DVD Pedro Mariano e Orquestra.
“Gravamos em 2013, mas esperamos até agora para lançar. Pensei comigo: esperei a vida inteira para fazer um projeto assim, não vou me apressar”, conta Mariano. Vale notar que quando o cantor diz “a vida inteira”, o significado da expressão cresce. Ele é o segundo filho de Elis Regina (o primeiro com o pianista e arranjador César Camargo Mariano), irmão mais velho da cantora Maria Rita e meio-irmão do produtor João Marcelo Bôscoli – o primeiro filho da cantora e do instrumentista Marcelo Mariano. “A qualidade das canções da MPB permite que se faça arranjos para orquestra”, conta. No repertório, estão canções de sua autoria e de Ivan Lins, Djavan, Roberto Carlos, Gonzaguinha, Jair Oliveira, Ana Carolina, entre outros.
Ao conceber o projeto, o cantor buscou extrair o melhor do mundo erudito e do popular. Violinos, violas e celos representavam as orquestras clássicas, mas funcionavam em um diálogo criativo com saxofones, flautas, trompetes e trombones com sonoridade mais próxima do popular, puxando para o jazz. “Isso nos deu a flexibilidade necessária para os arranjos”, explica.
Mas, a ousadia do projeto era ainda maior: o show foi feito em sete cidades brasileiras (Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza, Recife, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo), onde ocorreu a gravação do CD/DVD. Em cada capital, havia colaboração de orquestras locais. “Viajamos com o primeiro violino e o primeiro trompete para que eles fizessem a tradução dos arranjos para as equipes locais. Foi muito trabalhoso, mas o entusiasmo com que o projeto foi recebido em cada cidade foi gratificante”, diz.
Ao longo da viagem, Mariano visitou crianças de comunidades de alto risco para falar sobre o projeto, música e seus fatores transformadores. No fim, quem acabou diferente foi ele. “Não dá para conviver com esses jovens, ver o engajamento deles, e sair a mesma pessoa. É algo transformador em tantos níveis que nem é possível descrever. Ainda mais para alguém que, como eu, vive de emoção.”
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