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Cartas de Machado são reunidas em livro
Do Diário do Grande ABC
10/12/2009 | 07:00
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O exame de 20 anos da correspondência de Machado de Assis, de 1870 a 1889, revela que o maior escritor brasileiro queria ser mais bem compreendido por seus leitores. O período compreende o lançamento de livros fundamentais como "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (1881) - que à época, não foi bem aceito. Machado ficou incomodado, como mostra uma carta enviada a ele por Miguel de Novais, seu cunhado, amigo e um dos principais interlocutores, provavelmente em resposta a um relato lamentoso seu.

A 21 de julho de 1882, Novais, que era português, como a irmã, Carolina, e vivia em Portugal, lhe escreveu: "Parece-me não ter razão para desanimar e bom é que continue a escrever sempre. Que importa que a maioria do público não lhe compreendesse o seu último livro? - Há livros que são para todos e outros que são só para alguns (...) Não pense nem se ocupe da opinião pública quando escrever. A justiça s cedo ou tarde se lhe fará."

"Isso mostra como Brás Cubas causou perplexidade, por ser tão diferente. O público brasileiro só conhecia os romances de Flaubert, de Zola", diz o acadêmico Sergio Paulo Rouanet, coordenador de Correspondência de Machado de Assis - Tomo II - 1870-1889, que está sendo lançado pela Academia Brasileira de Letras.

"É a evidência do estranhamento diante no novo. Pela carta de Miguel de Novais, que consola Machado, temos ecos de seu discurso", completa a pesquisadora Sílvia Eleutério, que, com Irene Moutinho, reuniu, organizou e comentou os 188 documentos do escritor, entre cartas, bilhetes e cartões-postais. São 70 os missivistas.




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