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Apostadores enfrentam fila e confusao para jogar na MegaSena
Do Diário do Grande ABC
01/10/1999 | 20:47
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Na esperança de tornar-se milionário, muitos enfrentaram filas, debaixo de sol forte, nesta sexta-feira para fazer sua aposta no concurso da Mega Sena. O prêmio, acumulado há oito semanas, deve ultrapassar R$ 46 milhoes, segundo estimativas da Caixa Econômica Federal. Com o movimento, a lentidao e várias panes no sistema computadorizado - capaz de registrar as apostas de todo o País imediatamente na central, em Brasília - tornaram a espera ainda mais longa.

"Fiquei uma hora e meia esperando para ser atendida", contou a dona de casa Dayse Vilela, de 50 anos. Se for uma das ganhadoras, ela pretende realizar o sonho de comprar uma grande fazenda de gado leiteiro em Minas. "O sistema é muito lento e muita gente desiste de fazer as apostas", lamentava Sidney Dante, proprietário da Lotérica Ao Totobola.

"As apostas estao dez vezes maiores que nos dias comuns e 35% acima das realizadas na semana passada", disse a diretora do Sindicato dos Comissionários de Lotéricas do Estado, Liliana Speranzoni.

Enquanto aguardava na fila, muita gente aproveitava para sonhar. "Guardei folhetos de uma clínica de cirurgia plástica; se ganhar me interno na segunda-feira", contou a operadora de caixa Sônia Maria Balbino. Ela preferiu nao revelar a idade. "Vai que neste sábado fico milionária, famosa, nao vou querer que saibam".

A maioria dos apostadores tem como prioridade comprar uma boa casa, ajudar os parentes próximos e viajar. "Depois de fazer essas coisas vou pensar em montar algum tipo de negócio que possa empregar muita gente", imagina a secretária Graziela Euvino, de 18 anos. Seu patrao a dispensou do serviço na tarde de nesta sexta-feira, para ficasse na fila e fizesse os jogos para ele. Se ganhasse, prometeu que dividiria o dinheiro com a funcionária.

Pai de cinco filhos e avô pela terceira vez, Plácido Primo, de 62 anos, quer passar um ano viajando pelo Brasil e hospedando-se apenas em hotéis luxuosos. "Só queria uns R$ 20 milhoes, o resto eu colocaria em envelopes, com R$ 5 mil em cada um, e distribuiria nas favelas". Depois de internar-se em um spa e de sair lá "recauchutado", o comerciante Paulo Tavares, de 56 anos, quer contratar uma empresa para administrar sua fortuna e montar uma instituiçao para crianças carentes "onde tenham amor, cuidado e atençao".

A gerente Mey Kwong, da Lotérica Sao Bento, precisou chamar policiais militares para evitar um conflito, nesta sexta-feira. Um rapaz, prestes a ser atendido, recebeu de outros dois colegas - que tinham acabado de chegar - dezenas de outros volantes para serem jogados. Quem aguardava na fila reclamou. Houve gritaria e um princípio de tumulto. "É muita cara de pau", irritou-se Jane Souza, que aguardava havia 40 minutos.




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