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Supermercados vendem 6,5% mais
Por Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
01/12/2005 | 08:32
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Os supermercados venderam em outubro 6,54% mais que em setembro, destaca balanço divulgado quarta-feira pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Apesar de positivo, o resultado não é motivo de comemoração no varejo. Isso porque o volume comercializado no período ficou 2,99% abaixo de outubro do ano passado. No acumulado do ano, as vendas estão ligeiramente no azul: cresceram 1,6%, aponta a entidade, confirmando a fraca performance do consumo no setor supermercadista.

Na avaliação da Abras, o desempenho anual aquém do esperado se justifica no baixo poder aquisitivo da população, na permanência da taxa de juros em patamar elevado e no alto índice de desemprego. “O setor é o primeiro a sentir os efeitos do desaquecimento da economia. Por isso, todas as turbulências políticas e econômicas que envolveram o país no últimos meses contribuiram para que as vendas crescessem em ritmo lento”, diz João Carlos de Oliveira, presidente da entidade.

Segundo ele, os dados positivos de outubro em comparação com setembro já eram esperados em razão do calendário (foram cinco finais de semana no mês, em 31 dias, contra quatro finais de semana em setembro, com 30 dias) e também em decorrência do Dia das Crianças. “Os contínuos investimentos realizados pelo setor na ampliação do mix, oferecendo maiores opções e variedade de produtos ao consumidor, impactaram no aumento das vendas durante o mês”, completa Oliveira.

Preços – Outro fator que pode ter prejudicado o setor supermercadista, segundo a Abras, é o encarecimento da cesta básica. O resultado da pesquisa Abrasmercado, elaborado pela entidade, mostra que em outubro o valor médio dos 35 principais produtos de consumo cresceu 2,69% em relação a setembro – a cesta básica passou de R$ 189,34 para R$ 193,01.

Em comparação a outubro do ano passado, no entanto, houve queda no valor da cesta Abrasmercado, inclusive nominal – o custo naquele mês de 2004 era de R$ 195,70. Assim, o grupo de produtos teve valor nominal 1,37% menor em outubro. Em valores reais, a redução foi de 7,68%.

As maiores quedas foram registradas nos preços da cebola (-9,71%), batata (-3,62%) e arroz (-3,32%). As maiores altas de preços ao consumidor ficaram por conta do tomate (15,66%), da farinha de mandioca (8,02%) e da carne bovina (6,72%).

Inadimplência – Além de preço alto e baixo consumo, a situação também não é boa para os supermercados no quesito inadimplência. Segundo pesquisa divulgada quarta-feira pelo Telecheque, o calote no setor supermercadista foi o quarto maior em outubro em medição apurada desde janeiro de 2004. De cada 100 cheques emitidos, 2,9 voltaram sem fundos.

Esse indicador é 21,5% superior ao registrado em outubro do ano passado (2,4%). Já no confronto com o mês anterior, houve queda de 6,5%. Em setembro, de cada 100 cheques, 3,1 foram devolvidos.

A pesquisa do Telecheque aponta ainda crescimento do valor médio do cheque transacionado nos supermercados – passou de R$ 163,60 em outubro de 2004 para R$ 178,70 no mesmo mês deste ano, uma elevação de 9,2%. Já frente ao valor médio do cheque em setembro (R$ 178,80) verificou-se pequena queda de 0,1%.



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