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Pão francês vai ficar até 15% mais caro
Verônica Lima
Do Diário do Grande ABC
30/03/2008 | 07:12
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Os consumidores do Grande ABC deverão desembolsar mais pelo pão francês a partir de abril. O possível reajuste, que pode chegar a 15%, é reflexo da falta de produção de trigo no País e da restrição das exportações do cereal pela principal fornecedora do Brasil, a Argentina.

De acordo com o presidente do Sindipan-SP (Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado de São Paulo), Antero José Pereira, as padarias fizeram das tripas coração para segurar o preço até o final de 2007.

No entanto, depois de encarecer 70% somente de janeiro a março, os panificadores já começaram a reajustar os valores e alguns prevêem mais aumentos até o final deste semestre. “Para se ter uma idéia do que está acontecendo, fechamos o ano com o saco da farinha de trigo de 50 quilos custando R$ 60, cerca de 20% a mais do que se cobrava no início do ano passado. Hoje, assustadas, as padarias estão pagando quase R$ 100”, explica Pereira.

No ano passado, o pesadelo dos empresários do setor começou quando a falta do grão na Argentina fez com que as processadoras brasileiras começassem a importar o cereal dos países da América do Norte, como Canadá e Estados Unidos. No momento, a medida solucionou a escassez do produto, mas, como a distância é maior, acabou saindo mais caro para as padarias. Além disso, a TEC (Tarifa Externa Comum) de 10%, cobrada para as importações de produtos de fora do Mercosul elevou ainda mais o preço do insumo.

O presidente do Sindipan-SP lembra que comprar trigo de outros países é necessário para o Brasil, já que cada brasileiro consome, em média, 33,11 kg de pão por ano. Isso representa aproximadamente 10 milhões de toneladas de trigo.

Entretanto, a produção brasileira do ano passado ficou por volta de apenas 3,5 milhões, sendo necessário importar mais de 6,5 milhões. Para cobrir o déficit de uma parcela da população que ficaria sem pão francês, o Brasil importa da Argentina. O país vizinho, por sua vez, para evitar um desabastecimento no mercado interno, fecha os portos.

Na região - Por tudo isso, é bem provável que em abril as panificadoras do Grande ABC comercializem o pãozinho com preços reajustados. Em Santo André, o gerente da Cristal, Givanildo Vieira de Melo, acredita que de R$ 5,80 o quilo do pão vai para R$ 6,30.

A padaria de São Bernardo Max Pão Italiano já aumentou em R$ 1. A Empório dos Pães de Ribeirão Pires subiu R$ 0,11 e a Ki Pão, em Mauá, aumentou R$ 0,70. Segundo o proprietário desta última, Yoshio Fujishige, vem mais reajuste por aí.



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