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Lula não vai 'despetizar' o governo, afirma Tarso Genro
Do Diário OnLine
08/02/2007 | 10:41
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O PT continuará 'forte' na Explanada dos Ministérios. Pelo menos é o que garante o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. Em entrevista à Rádio Nacional na manhã desta quinta-feira, o 'braço direito político' do Palácio do Planalto deixou claro que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vai 'despetizar' o governo na reforma ministerial que se avizinha.

"O presidente não vai 'despetizar' o governo em primeiro lugar porque o governo tem militante principal que é o próprio Lula", disse Genro, para logo em seguida dar uma idéia de como o presidente montará sua nova equipe. "O ministério será redesenhado por meio da coalizão, dos partidos médios e grades e que dão sustentação parlamentar. Não em número de parlamentares, mas a força política que eles têm."

Tarso Genro revelou que a reforma ministerial deve ser anunciada no fim de fevereiro. Mas deixou claro também que tudo dependerá do ritmo das negociações a ser adotado por Lula. "Semana que vem o presidente começa a ouvir os grandes e médios partidos da coalizão e certamente no fim de fevereiro teremos o ministério. O ritmo do presidente prefere a segurança do que conter a ansiedade da imprensa e da oposição."

Sobre o perfil dos ministros que o governo está procurando, Genro disse que o ideal são pessoas capacitadas para fazer com que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) funcione e cumpra seus objetivos pré-estabelecidos. "O próximo ministério, pelo que tenho ouvido presidente falar, será o ministério do PAC, estará apto para fazer desse programa o centro estratégico de um projeto nacional de desenvolvimento", disse.

Sobre a possibilidade de substituir o ministro Márcio Thomas Bastos na pasta da Justiça, como a imprensa noticiou no início da semana, Tarso Genro desconversou. No entanto, ele não falou nada em negar este suposto convite de Lula. Thomas Bastos, um dos homens fortes e 'blindados' do presidente, anunciou já no ano passado que não ficaria na Esplanada dos Ministérios caso Lula fosse reeleito – como veio a acontecer.

PT – Durante a entrevista para a Rádio Nacional, o ministro das Relações Institucionais 'falou' e 'não falou' do PT. Sobre a chamada "refundação" do partido, idéia elaborada pelo próprio Tarso Genro e visa reestruturar a legenda depois dos diversos escândalos de corrupção, ele se esquivou e usou o fato de ser um integrante do governo federal para tecer qualquer tipo de comentários sobre o assunto. "Não é adequado comentar o assunto durante uma entrevista como ministro."

No entanto, ao tocar no assunto 'PT e sua influência no governo federal', Tarso Genro mostrou que é um profundo conhecedor interno do partido e com a autoridade de um 'militante' deixou claro que a legenda não irá interferir nas decisões do Palácio do Planalto. "São duas questões distintas. Uma das questões é o debate que se abre no Congresso com três a quatro grupos que começam a avaliar o futuro do partido. Houve grande aceitação em relação ao PAC. O partido está unificado em torno do presidente e do PAC. Questões de governo e partido são distintas."

Anistia – Sobre os comentários de que a Câmara, agora presidida pelo petista Arlindo Chinaglia (SP), estaria elaborando uma lista para anistiar deputados cassados por envolvimento com esquemas de corrupção, o ministro voltou a se defender atrás do governo para não se posicionar.  "Anistia não é agenda do governo, (é) discutida por grupos dentro do partido. Se for agenda do governo e eu estiver no governo, responderei sobre esse assunto", disse Tarso Genro.

Especificamente sobre José Dirceu, cassado após ser apontado como principal organizador do chamado 'mensalão' – esquema de compra de votos na Câmara -, Genro se limitou a dizer que não houve nenhuma recomendação para que Lula trabalhasse pelo retorno do seu ex-ministro da Casa Civil ao Congresso Nacional.  "Em relação ao ex-ministro José Dirceu, não há nenhum tipo de recomendação de nenhum quadro do partido. Eu não acredito que Dirceu fizesse qualquer pressão e nem penso que o presidente daria ouvido para qualquer recomendação para intervir."




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