Em busca dos passos de dom Pedro na Borda do Campo
A Vila de Santo André da Borda do Campo foi aqui. O quintal de São Paulo, Capital, também, com a produção artesanal de móveis e tijolos nas três fazendas dos monges beneditinos.
A interligação com São Paulo se fazia por caminhos até anteriores à era cabralina e pela navegação. Além de piscosos, eram navegáveis rios como o Tamanduateí e Grande, o primeiro que nasce na Gruta Santa Luzia, em Mauá, e o segundo na vila ferroviária de Paranapiacaba.
Com a imigração, entre o fim do Império e início da República, a região ampliou a produção do carvão, lenha (mucutas), frutas, verduras e legumes consumidos pela Capital.
E foi pela Borda do Campo e Tijucuçu, pedaços importantes da Freguesia e depois Município de São Bernardo, que o jovem dom Pedro passou na célebre viagem de 7 de setembro de 1922.
Quase 200 anos depois, a serem completados em 2022, um professor universitário de São Paulo, Jorge Pimentel Cintra, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, e o seu irmão, Alexandre Cintra, vêm ao Grande ABC, percorrem as nossas ruas e trilhas, pesquisam sua iconografia, preparam aulas a céu aberto e querem descobrir e sistematizar os vestígios da História local dentro de um contexto que extrapola os limites regionais para integrar a própria História paulista e brasileira.
Professor Jorge Cintra é o convidado desta semana do programa Memória na TV, do DGABC TV. Uma aula de 45 minutos, em linguagem de fácil compreensão e que pode e deve servir como aprendizado e reflexão para os nossos pesquisadores, professores, casas de memória, alunos e demais interessados.
Este é o tema, também, desta série aqui em Memória, chamativo maior para a entrevista televisiva.
Uma mesma unidade histórica
Da aula do professor Jorge Cintra
Temos os vestígios da História. Temos que salvá-los enquanto dá. E fazer o seu uso sustentado.
Ali você tem um terreno com mato. Faça um parque. Explore. Deixe que alguém ponha um quiosque.
Estão pensando em arrendar o Ibirapuera e outros parques. Vamos fazer uma parceria público-privada. Isso pode ser feito sem descaracterizar.
Respeitar a área de proteção ambiental. E saber que sempre se pode combinar usos.
No Grande ABC, podemos realizar pelo menos três passeios, um por São Caetano, outro por São Bernardo (parte urbana, a partir do Meninos, hoje Rudge Ramos), o terceiro pelo Caminho do Mar.
Temos que ir à Calçada do Lorena, lutar pela sua recuperação total, entre o Alto da Serra e Cubatão. Fazer História onde ela aconteceu.
A História não aconteceu nos livros. De jeito nenhum. Temos que percorrer caminhos. Gravando, a gente vai entusiasmando as pessoas.
Santo André da Borda do Campo se fundiu com São Paulo. O foral é de Santo André. Não existe foral de São Paulo.
O pelourinho foi tirado daqui e posto lá. É o mesmo. E a sede de uma Vila é onde está o pelourinho, mas o seu termo é de seis léguas em volta.
Se eu mudo o pelourinho para dentro do mesmo território, não muda a vila. A vila é a mesma.
Eu batalho pela tese de que o ABC, o Grande ABC e São Paulo são uma unidade histórica.
DEFINIÇÃO
Foral. Documento emanado do monarca, pelo qual se constituía o conselho, se regulava a sua administração, e se indicavam os seus limites e privilégios; carta régia que concedia privilégios a pessoas ou instituições; carta de aforamento de terras; local, em geral junto das igrejas, onde se administrava a justiça antigamente.
Cf. Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa.
Memória na TV
Entrevista da semana: professor Jorge Pimentel Cintra, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
No ar: www.dgabc.com.br
AMANHÃ
Nasce o Instituto Histórico e Geográfico
de São Paulo
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