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Quarta-Feira, 17 de Abril de 2024

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Deserto do Atacama
Début em solo atacamenho: só para os fortes
Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
14/02/2019 | 07:28
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Ao som de folclore andino chileno Inti-Illimani partimos para a primeira aventura em solo atacamenho: Valle de La Luna (Vale da Lua) – 2.500 pesos, ou R$ 13,80). Este costuma ser o primeiro passeio devido à altitude semelhante à da cidade de San Pedro, com 2.487 metros. Geralmente, as excursões passam por lá à tarde, mas fomos de manhã para fugir das multidões, o que, apesar do sol forte, que judia, garante fluxo livre para caminhar pelos terrenos irregulares e que requerem atenção extra para não deslizar.

No caminho, Alexandre Toledano, nosso guia da Tolhuin Expeditions, começa o processo de imersão nessa região tão peculiar. Ele conta que o Deserto do Atacama se formou há 23 milhões de anos, e que o local dois séculos atrás era região essencialmente mineradora, com a extração de prata, cobre e sal. Aliás, essa área contribui para que os chilenos detenham o título de maiores produtores de cobre do mundo. Ali também há entre 25% e 40% do lítio do planeta – por isso, dizem, os atacamenhos são tão calmos e felizes; a forte presença do metal usado para fazer bateria de celular é o que deixaria a população local mais ‘tranquila’.

“Aqui quase não chove por conta do efeito biombo. Há só 10% de umidade. As chuvas ficam bloqueadas dos dois lados, devido à presença da Cordilheira dos Andes”, conta Alex. “Tanto que a população planta nas quebradas das montanhas, onde há água e alguma vegetação.” O guia também explica que, justamente devido ao efeito biombo, o deserto é o único lugar do mundo que possui montanhas com mais de 5.000 metros de altura sem glaciares – geralmente acima dessa altitude já há gelo.

Chegando ao destino, o lugar impressiona pela imensidão, secura e silêncio. É muito bonito de se ver algo que, no nosso imaginário, deve ser parecido com a Lua. A disposição que precisamos ter até chegar a um pico é recompensada pela vista singular, cheia de montanhas moldadas pela ação do tempo e do vento, em meio a dunas. O passeio também testa a resistência, pois a partir do nosso desempenho o guia tem uma ideia do que conseguimos ou não fazer por ali.

Também visitamos a Cueva de Sal (Caverna de Sal), esta, talvez, a única atração que não iria de novo, na qual agradeci aos céus por estarmos sozinhos ali. É bem escura – o que reforça a necessidade de levar lanterna, que deve ser companheira diária –, estreita e um ‘perigo’ aos claustrofóbicos. Alex disse que, quando se vai em horário de pico, filas se formam naquela escuridão. Mas ele afirmou que é tranquilo quanto ao aparecimento de qualquer bicho – nem eles aguentam o calorão e a secura do deserto.
 



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