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Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024

Memória
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Memória
A TV. O televizinho. Sons e imagens que ficaram
Ademir Médici
07/01/2019 | 07:06
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“Ivanhoé, Ivanhoé, cavaleiro destemido sem temor...”.

Da trilha sonora aportuguesada de um seriado dos primeiros tempos da televisão brasileira.

Dois dos quatro netos do professor João Paulo de Oliveira deixaram inoperantes dois aparelhos de TV da sua casa, de tanto baterem nas telas. Ao comprar a terceira televisão, o professor voltou no tempo. Tempo em que foi criança, como os netos. A programação da televisão brasileira engatinhava, com seus primeiros canais em São Paulo. Corriam os anos 1950, 1960...

Lembranças televisivas
Texto: João Paulo de Oliveira

Minha mãe, dona Matilde, comprou nossa primeira televisão em 1957. Eu tinha 4 anos. Morávamos na Vila Assunção, em Santo André.

A TV Tupi era sintonizada no canal 3 e depois passou para o canal 4; a TV Record, sintonizada no canal 7; a TV Paulista, no canal 5.

Acho que na nossa rua fomos um dos primeiros a ter televisão. Todas as noites os vizinhos nos visitavam. Tornavam-se televizinhos.

Nunca me esqueço da noite em que adormeci no colo da nossa vizinha, Dona Dirce, e urinei no vestido dela...

A televisão tinha válvulas enormes. Demoravam a esquentar. Tinham um odor característico – e é interessante a nossa memória, que não nos faz esquecer os cheiros que marcaram nossas vidas.

Nos primórdios da televisão as transmissões começavam à noite e eram ao vivo. Aconteciam gafes memoráveis.

Vilma Bentivegna – uma das cantoras preferidas do prefeito Newton Brandão – cantava sentada numa balança que imitava um barco de madeira. De repente a corda soltou e a balança caiu... Ela não perdeu a fleuma e continuou a cantar.

Era fã de carteirinha da primeira versão televisiva do Sítio do Picapau Amarelo, com o casal Tatiana Belinkye e Júlio Gouveia.

O Dr. Júlio Gouveia foi meu primeiro modelo de leitor voraz, porque ele também apresentava o Teatro da Juventude, aos domingos de manhã. Vestia-se impecavelmente. Como cenário, uma estante repleta de livros.

Ele começava a apresentação do teleteatro abrindo um enorme livro e no fim do espetáculo ele continuava com o livro aberto a contar o início da historia do domingo seguinte. No ápice do enredo, fechava o livro com um sorriso encantador:

– Bem, mas esta é outra história que fica para outra vez e quem quiser que conte outra.

Havia os teleteatros, com as TVs de Comédia e de Vanguarda.

Eu nem piscava quando assistia os seriados: Quinta Dimensão, Além da Imaginação, I Love Lucy, Pimentinha (ou Denis, o Travesso), Papai Sabe Tudo, Rin-Tin-Tin, Ivanhoé, Lassie, Capitão Sete, Aventuras Submarinas, Circo do Arrelia, Vigilante Rodoviário, Maia, Ben Carey, Dr. Kildare, O Fugitivo, A Feiticeira, Jeanne é um Gênio, Viagem ao Fundo do Mar, Perdidos no Espaço, Terra de Gigantes, O Túnel do Tempo, Histórias Maravilhosas Bendix, Guerra, Sombra e Água Fresca, Lanceiros de Bengala, Hawai 5.0, O Fantasma Apaixonado, Os Waltons, A família Buscapé...

Lembro que em 1957 os desenhos animados não eram dublados.

“Achava estranho a família Anderson não ser Católica Apostólica Romana...”

NOTA DA MEMÓRIA
A TV brasileira luta para ter sua memória preservada.

Entre os idealizadores, a atriz Vida Alves. Ela foi uma das fundadoras da Associação dos Pioneiros da Televisão (Pró-TV) e durante muito tempo se dedicou ao Museu da Televisão Brasileira, em São Paulo.

Parte considerável do acervo foi instalada na Cidade da Criança, em São Bernardo. Lá estava o banco da Praça da Alegria, criado por Manuel de Nóbrega. Estava. Não está mais. São Bernardo perdeu esta riqueza também.

Gramado faz os festivais de cinema – e a Companhia Cinematográfica Vera Cruz surgiu em São Bernardo; Canoas, a meio caminho entre Porto Alegre e a Serra Gaúcha, teve o Museu do Automóvel, com exemplares contendo o brasão de São Bernardo – e a indústria automobilística moderna brasileira nasceu no Grande ABC.

Marcas bem nossas, caríssimas marcas do Grande ABC, perambulam por outros cenários.

Interação com Facebook
As árvores choravam. Lágrimas de seiva na agonia da morte. E no exato instante em que se vestiam de flores para a passagem do ano.

Da crônica de Guido Fidelis publicada pelo Diário em 7 de janeiro de 1989. Confiram a íntegra no Facebook da Memória – acessem o endereço acima.

Diário há 30 anos
Sábado, 7 de janeiro de 1989 – ano 31, edição 6956
Manchete – Seis dos sete novos prefeitos do Grande ABC já têm parentes nomeados. “Nepotismo dentro do PT é inaceitável”, dizia Lula.
Ideias/Livros – Livros de cabeceira dos novos prefeitos. Ou dize-me o que lês e te direi quem és. Artigo: Virginia Pezzolo.
Internacional – O imperador Hiroito, do Japão, morreu aos 87 anos.
São Caetano – Prefeito Tortorello vai revogar a lei de zoneamento criada pelo prefeito Braido.
Futebol – Palmeiras contrata Neto, do Guarani.
Automobilismo – Diminui resistência ao cinto de segurança. Reportagem: Marli Popolin.

Hoje
Dia do Leitor
Dia da Liberdade de Culto

Em 7 de janeiro de...
1919 – O delegado de polícia Antonio Queiroz dos Santos envia ofício à Secretaria do Interior destacando o trabalho do professor José Augusto Leite Franco, diretor do Grupo Escolar de Santo André, durante a epidemia da gripe espanhola.

“O professor, desinteressadamente, me prestou o maior dos auxílios, superintendendo o posto de socorro e o hospital deste município, durante toda a fase epidêmica, permanecendo no seu posto de sacrifício desde a manhã até a tarde”, escreve Queiroz dos Santos, que também era presidente da Comissão de Socorros Públicos da região.

A guerra acabou. Do noticiário do Correio Paulistano: Presidente Wilson (Estados Unidos), depois de visitar Roma e ser recebido pelo papa, inicia retorno a Paris, percorrendo várias cidades italianas.
Morre o ex-presidente Theodore Roosevelt.
Do noticiário do Estadão: união dos croatas e eslovenos à Servia.

1969 – Lideranças sindicais vão ao ministro do Trabalho, Jarbas Passarinho, protestar contra o fechamento das agências do INPS em Mauá e Ribeirão Pires.
Serviço de Biblioteconomia de São Bernardo anuncia instalação de uma unidade na cadeia pública local.

1994 – Começa a devastação da área verde das Indústrias Matarazzo, na Rua Jurubatuba, em São Bernardo. No lugar das árvores nascerá um condomínio de luxo.

Santos do dia
Luciano (Samósata, Siria, 235 – Nicomedia, Turquia, 312).
Iniciador da doutrina conhecida como arianismo, que abalou toda a
cristandade dos primeiros séculos. São Raimundo de Penyafort
Teodoro
Bem-aventurada Lindalva Justo de Oliveira

Municípios Brasileiros
Celebram aniversários em 7 de janeiro:

Em Minas Gerais, Carangola e Peçanha
No Espírito Santo, Mantenópolis
No Pará, Prainha
Na Paraíba, Prata
No Rio Grande do Sul, São Francisco de Paula
Fonte: IBGE 




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