Cultura & Lazer Titulo Frankfurt
Gilberto Gil dá canja em festa de Paulo Coelho
17/10/2008 | 07:01
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O mundo gira como Paulo Coelho gosta - depois de participar da abertura oficial da Feira de Frankfurt, o brasileiro, aqui conhecido como o "Alquimista das Letras", lotou um clube descolado na noite de quarta-feira para comemorar os 100 milhões de exemplares de sua obra vendidos em todo o mundo. E, para completar o cardápio, o colunista do Diário participou ainda, na tarde de quinta-feira, de um encontro com os leitores para falar sobre Brida. "Há 20 anos, quando comecei, jamais imaginei que tudo isso aconteceria", confessou o escritor, badalado em todo canto.

Apesar de não dispensar o carinho dos fãs, Paulo Coelho não escondia sua felicidade com o sucesso de sua festa, na quarta à noite. Não apenas pelos abraços que recebeu de editores de vários países que lançam seus livros mas especialmente pela presença de Gilberto Gil, aqui mais na condição de ex-ministro da Cultura que como compositor. E foi assim que Coelho o apresentou aos convidados, "nosso eterno ministro da Cultura", um agrado mas, ao mesmo tempo, uma alfinetada no atual ocupante da pasta, Juca Ferreira, que não compareceu à festa, embora convidado.

A ferida ainda não cicatrizara - Coelho não se conformou com a justificativa de Ferreira que, na semana passada, telefonou para desconfirmar sua presença uma vez que teria encontro com outros ministros da cultura, evento que, Coelho averiguou, poucos ou ninguém sabia de detalhes.

"Uma completa e absoluta falta de respeito comigo, com meus editores nacionais e internacionais, com a Feira de Frankfurt - já que sua presença tinha sido anunciada - e com os meus leitores", escreveu o autor, em uma carta intitulada "A deselegância do ministro da Cultura" que divulgou pela internet.

Mas Gil estava lá e, mesmo se portanto diplomaticamente, não comentando sobre o assunto, fez questão de bajular o escritor, "um músico como eu", dando ainda uma canja, cantando duas canções.

Gil só não quis comentar sobre sua ausência em um debate sobre o futuro da América Latina, previsto para a tarde de quinta-feira e previsto na programação oficial da feira, que anunciou seu nome ao lado de escritores, como o cubano Padura Fuentes. Ele disse não saber de nada.

O futuro da literatura, no entanto, foi comentado por Paulo Coelho em seu discurso na abertura da feira. Segundo ele, escritores e editoras precisam "adaptar-se à internet ou morrer", lembrando da luta da indústria fonográfica contra o MP3. Para o escritor brasileiro, a internet é comparável à invenção da imprensa de Gutenberg. "As tecnologias que têm sucesso são aquelas que permitem as idéias circularem para a maior audiência possível". Eis um dos fatores que justificam seu enorme sucesso.




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