Pré-candidato à sucessão de São Bernardo, o ex-prefeito Maurício Soares (PSB) ainda amarga a indecisão do grupo governista – dividido entre sua candidatura e a do PSDB –, mas já demonstra a preferência pelo partido ao qual pretende se unir caso não tenha legenda. “Nunca me afastei da ideologia petista.”

Embora tenha abandonado a sigla em 1992, o governista, prefeito da cidade durante três mandatos, admite que sempre administrou com base nos princípios do PT. “Eu me sinto muito mais de esquerda do que muitos petistas. Sempre procurei administrar com ações preferenciais aos pobres. Sendo assim, não me vejo diferente do PT em nada ideologicamente.”

Embora sustente que “a questão ideológica não tenha mais peso” em caso de coligações partidárias, Maurício acredita que a ligação com o PT facilitaria, caso fosse convidado para elaborar o plano de governo. “O ministro (Luiz Marinho, pré-candidato a prefeito pelo PT) sempre me fez um apelo para ajudá-lo na eleição. Mas ainda não sei o que querem de mim, se apenas ajuda na campanha ou participação no governo”, pondera.

Ao contrário do sentimento demonstrado no início do ano, Maurício já sente-se à vontade para comentar uma possível aliança com outro partido que não seja o PSDB. “Por enquanto sou candidato do PSB, mas o prefeito (William Dib-PSB) está apoiando o candidato do PSDB. Sinto-me no direito de conversar com outras forças, no caso de eu não conseguir minha indicação. Mas nada está fechado”, assegura.

O posicionamento do ex-chefe do Executivo deve soar como música aos ouvidos de Marinho. Na quinta-feira, após a missa do Dia do Trabalho, o ministro não escondeu o desejo em conquistar o apoio do governista e declarou: “tenho esperança e convicção de que Maurício poderá estar neste arco de aliança”, apostou o petista.