O governo vai anunciar em 2 de julho as diretrizes do programa Mais Alimentos, destinado a elevar a produção agrícola em 18 milhões de toneladas por ano, informou ontem o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que elaborou o programa. Será criada linha de crédito de até R$ 100 mil para produtor da agricultura familiar, beneficiando 1 milhão de agricultores até 2010.

O governo decidiu lançar o programa para fortalecer a agricultura familiar e se contrapor à crise alimentar mundial e à alta dos preços das commodities agrícolas e da inflação. O programa foi discutido na reunião ministerial no Palácio do Planalto.

"Todas as avaliações indicam que a crise no preço dos alimentos será de longa duração. O governo está apostando na capacidade da agricultura familiar de ampliar a produção de alimentos, combater a inflação e garantir segurança alimentar aos brasileiros", disse o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.

O Mais Alimentos não se restringirá a mais crédito nos bancos. O programa refaz o desenho da assistência técnica, com o aumento de investimentos no melhoramento de solo e pastagens, de sementes e de genética. Está prevista também a transformação nas formas de produção da agricultura familiar, com o incentivo à mecanização massiva: agregação de 60 mil tratores e milhares de outros implementos agrícolas.

O programa ainda prevê a ampliação da capacidade de armazenagem de alimentos nas propriedades e nas cooperativas. O objetivo é de que a agricultura familiar produza o excedente de 18 milhões de toneladas até 2010, em especial na produção de leite, milho, feijão, arroz, mandioca, trigo, aves, café, frutas, arroz e cebola.

A agricultura familiar produz 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. Esse segmento produtivo é responsável, por exemplo, por 89% da mandioca, 67% do feijão, 70% dos frangos, 60% dos suínos, 56% do leite, 69% da alface e 75% da cebola produzidos no Brasil, tanto para o mercado interno quanto para exportação.