Minimizando em parte a crise instalada no PSDB, o prefeito tucano de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, declarou ontem adesão ao correligionário e governador do Estado, Geraldo Alckmin, candidato à reeleição. “Tenho gratidão pelo apoio que (ele) vem dando à cidade”, pontuou. O chefe do Executivo entrou no centro do furacão interno ao manifestar publicamente suporte e voto à candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT), o que provocou, inclusive, pedido de expulsão partidária.

Maranhão considerou que possui “condições” de reforçar o coro para Dilma e Alckmin. “É simples. Vou apoiar quem está me apoiando”, disse o tucano, em referência às candidaturas governistas. “O que me fez tomar essa postura é o reconhecimento pelas pessoas (políticos) que ajudam o município”, completou, ao acrescentar que o governo federal está investindo R$ 88 milhões apenas neste ano em Rio Grande. “A cidade tem Orçamento total em 2014 no valor de R$ 68 milhões. Ou seja, com isso, me dá mais um ano de mandato.”

O tucano contabilizou neste balanço a aprovação de projetos do Minha Casa, Minha Vida (na Habitação), Mobilidade Urbana, UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas), na Saúde, e o Mirante, no turismo. “Conseguimos viabilizar parceria inédita de moradias populares. Só de Brasília são R$ 37 milhões (em 496 apartamentos). Não posso olhar apenas a coloração partidária”. Após a decisão, Maranhão mencionou que seu “coração e alma são vermelhos”, irritando correligionários.

Com o anúncio de apoio a Dilma e crítica pontual ao governo estadual, havia rumores de que Maranhão seguiria a linha de apoio ao PT. Ele afirmou recentemente que a presidente fez com que Brasília fosse mais próxima de Rio Grande do que do Palácio dos Bandeirantes, mas atenuou a situação. O prefeito é o único tucano a comandar administração no Grande ABC. Diante da manifestação, é possível que Alckmin vistorie neste fim de semana a nova Etec (Escola Técnica Estadual) no município. As aulas começam em agosto.

PROPORCIONAL
Sem polêmica, no pleito proporcional, Maranhão sinalizou adesão às candidaturas de Adler Kiko Teixeira (PSC, a federal), seu antecessor no Paço, e a Orlando Morando (PSDB, a estadual).