Mário Galuzzi foi à Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra. Guardou fotos, panfletos. Exercitou a memória. E nos apresenta uma espécie de diário, que condensamos.

Galuzzi é andreense. Mora em São Bernardo. É cirurgião-dentista e pesquisador da Memória.

Andreenses na Inglaterra

Texto: Mário Galuzzi

Vínhamos de um título em 1958, o bi em 1962. O tri, na modesta opinião dos futebolistas brasileiros, era favas contadas.

A mídia exacerbava nos prognósticos. As empresas de turismo já somavam seus lucros. Os dirigentes da CBD (Confederação Brasileira de Desportos) já colocavam em suas cabeças os louros da vitória.

Nem passava pela minha cabeça que pudesse viajar para a Inglaterra e assistir a Copa. Mas quem tem amigo, tem tudo.

João Brabo, o Guaru, num de seus artifícios, descolou-me uma passagem, com hotel, café da manhã, uma refeição e ingressos para todos os jogos. Só teria que conseguir uns dois mil dólares, no valor de dois mil cruzeiros, que logo após minha compra subira para 2.400 (coisa rara na época), para eventuais gastos.

Foi através de um pacote do Plano Tupi-66, promoção dos Diários e Emissoras Associadas e Geotur, que meus sonhos começaram, e uma verdadeira aventura se delineava na minha vida.

De Santo André, dezenas viajaram: Arnaldo Galuzzi (meu primo), sua esposa Olga, sua filha Sandra e seu noivo Millo Barbieri, Silvio André Magini da Silva e seu primo Fábio Peacke, o grande amigo Fontanezzi (barbeiro), o Xaxeco, advogado que trabalhava na Receita Federal, e o meu padrinho de excursão, Guarú.

Nos hospedamos em Londres. E viajamos para Liverpool para o primeiro jogo. O estádio era grande, mas feito todo de madeira, com um aspecto nada agradável. Resultado final: Brasil 2, Bulgária 0.

Um senhor gordo, nas minhas costas, a tudo filmava. Era o Primo Carbonari, famoso pelos noticiários passados antes do início de alguma sessão de cinema.

Saímos às ruas de Liverpool com batucada e samba nos pés. Continua.

A Copa de 1950

Como poderei esquecer aquele dia, 16-7-1950. Eu e minha família passávamos as férias de julho em Santos, na praia José Menino, no Hotel Brasil.

Na véspera do jogo entre Brasil e Uruguai, a dona do hotel e suas ajudantes prepararam salgados e doces e um grande bolo confeitado com as cores verde e amarela.

No salão foram colocadas bandeirinhas, tiras de papel crepom, flores, etc. No meio uma grande mesa com toalha branca e ao redor, cadeiras.

No dia do jogo todos os hóspedes sentaram-se para ouvir a transmissão pelo rádio – ainda não havia televisão.

Muita torcida e, infelizmente, o título tão esperado foi parar nas mãos dos uruguaios.

A cena que mais me marcou foi ver homens e mulheres chorando em volta da mesa especialmente preparada e as crianças, entre elas eu, ficamos sem entender o porquê de tanta tristeza.

Marlene Serra Lopes, andreense, pesquisadora da Memória

Diário há 30 anos

Sábado, 7 de julho de 1984 – ano 27, nº 5564

Manchete – PDS começa a procurar o candidato de consenso

Diadema – Prefeitura lança o projeto Vida nas Escolas. Objetivo: levar à criança conhecimentos de sinais de trânsito e como atravessar as ruas.

Polícia – Briga, tiros e duas mortes em bar da Vila Oriental, Diadema.

Em 7 de julho de...

1944 – Começa a festa de Nossa Senhora do Carmo, em Santo André.

1969 – Aços Villares, de São Caetano, inaugura novas instalações técnicas para refino de gás sob vácuo.

Hoje

Dia Internacional do Cooperativismo.

Santos do dia

- Cláudio

- Félix de Nantes

- Ilídio

- Vilibaldo. Era príncipe saxão. Bispo de Eichstadt, na Baviera. Acompanhou Bonifácio na evangelização da Germânia. Morreu em 790.