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EUA adiam julgamento de soldado acusada de tortura
Do Diário OnLine
Com AFP
21/06/2004 | 21:14
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O Exército americano adiou nesta segunda-feira as investigações para o julgamento de uma soldado para pelo menos o próximo dia 12. Lynndie England, acusada de ter torturado prisioneiros iraquianos em Abu Ghraib, está sendo julgada com outros dois militares.

England, que foi fotografada torturando um prisioneiro nu, estava avisada de que seria acusada com provas nesta terça-feira em Fort Bragg, Carolina do Norte.

O chamado Artigo 32 sobre investigações, um equivalente militar do Grande Júri, vai determinar se existem provas suficientes para levar a soldado a julgamento em uma corte marcial.

England, membro da 372ª companhia da polícia militar do Exército, foi acusada de maus-tratos depois de aparecer nas fotos junto com uma pilha de prisioneiros iraquianos nus e encapuzados e em outra aparecer apontando os genitais de um homem. Ainda foi fotografada ameaçando um prisioneiro deitado no chão com uma corda amarrada no pescoço.

O advogado Paul Bergrin, que defende o sargento Javal Davis, também indiciado, informou que pretende convocar como testemunhas no julgamento o presidente dos EUA, George W. Bush, e o secretário de Defesa do país, Donald Rumsfeld. Ele alega que as ordens dos líderes americanos eram para que os presos fossem "desestabilizados" diariamente para divulgar informações importantes.

"Bush fez um discurso declarando a sua guerra contra o terror e dizendo que a Convenção de Genebra não se aplicava mais", lembrou o advogado, se referindo às declarações do presidente americano sobre o fato dos presos acusados de terrorismo não terem direito a serem tratados como prisioneiros de guerra.

Os líderes americanos não devem ser convocados pela Justiça militar, mas generais de alta patente serão ouvidos sobre as ordens dadas aos soldados responsáveis pela guarda dos presos iraquianos.

Abu Ghraib - O juiz que preside o julgamento informou nesta segunda que a prisão de Abu Ghraib, em Bagdá, não poderá ser demolida como sugeriu Bush. Ele determinou a preservação do local como cena do crime que está sendo investigado.

A decisão é mais um revés sofrido pelo governo americano, que queria destruir o presídio que se tornou símbolo dos abusos do governo de Saddam Hussein e das tropas dos Estados Unidos.




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