De olho no transito Titulo
Enfim, desoneração da tarifa

O futuro da mobilidade urbana sustentável...

Por Cristina Baddini
24/05/2013 | 00:00
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O futuro da mobilidade urbana sustentável, se mantidas as estimativas de crescimento de 2,5% da população urbana brasileira e de 4% da frota de veículos, é mais e maiores congestionamentos nas grandes cidades brasileiras. São cerca de 506 milhões de horas gastas a mais por ano pelos usuários do transporte coletivo, 258 milhões de litros de combustível gastos a mais por ano e uma poluição ambiental que pode ser medida em 123 mil toneladas de monóxido de carbono e 11 mil toneladas de hidrocarbonetos, jogados na atmosfera, segundo dados da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos). A qualidade de vida das cidades está degradada devido aos congestionamentos e a ocupação desordenada dos espaços. 

A solução é um bom transporte público. As soluções viárias, como construções de avenidas e pontes, se saturam rapidamente com o aumento cada vez mais rápido da frota de automóveis. A luta por um transporte público de qualidade, acessível para todas as classes sociais, confortável e eficiente está apenas começando, existe um longo caminho a ser percorrido para alcançarmos patamares aceitáveis. 

Barateamento das tarifas
Oferecer transporte bom e barato é fundamental para a boa qualidade de vida das cidades. Nessa linha, é louvável a proposta do governo federal atender uma antiga reivindicação do setor isentando o PIS/Cofins que incide sobre as tarifas de transporte coletivo urbano em todo o País, a partir do próximo mês.
Na Capital paulista, por exemplo, os ônibus vão ter tarifas de R$ 3,20 a partir de 2 de junho e, na mesma data, trens e Metrô também vão ter passagens de R$ 3,20. Trólebus da Metra, no Corredor ABD, e ônibus intermunicipais da EMTU ainda não tiveram aumento. O PIS/Cofins sobre as tarifas chega a 3,65%. A medida foi decisiva para a definição do valor na cidade, cujo reajuste ficou abaixo da inflação acumulada.

Os subsídios em São Paulo serão de R$ 1,25 bilhão, que garante a viabilidade econômica ao sistema e é forma de toda a sociedade contribuir com os transportes que não beneficiam apenas aos passageiros, mas a todos, pelo fato de ajudar a diminuir o trânsito, a poluição, permitir acesso ao trabalho da mão de obra na cidade e acesso a serviços. 

Mude o comportamento 
O maior desafio hoje é a cidade acreditar na possibilidade da redução dos deslocamentos pelo automóvel. A era das cidades tão sonhada pelos urbanistas dos municípios livres de carros não significará o fim do veículo individual, mas, seguramente, o fim de sua hegemonia e o início de uma relação de convivência com os pedestres, ciclistas e com o transporte público, onde o automóvel será uma forma de complemento a um sistema estrutural metroferroviário e de corredores de ônibus.

Vamos analisar nossos costumes e colocar a mão na nossa consciência sobre o uso racional e solidário do automóvel para combater a poluição e reduzir os gastos particulares e públicos. Vamos nos encorajar a comportamentos compatíveis com o desenvolvimento sustentável e, em particular, com a proteção da qualidade do ar, com a redução do ruído e com a prevenção do efeito estufa. Vamos nos conscientizar para a utilização de um transporte alternativo ao carro, proporcionando oportunidades para nos deslocarmos a pé, de bicicleta ou de transportes públicos, promovendo a intermodalidade. Vamos deixar de entupir nossas cidades de carros, enquanto o restante do mundo investe em transporte público urbano de massa. Vamos lutar para que as cidades sejam redesenhadas para facilitar a vida de pedestres, ciclistas e usuários de transporte público.




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