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Penúltima testemunha depõe contra Saddam
Por Da AFP
04/12/2006 | 13:57
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O Alto Tribunal Iraquiano ouviu nesta segunda-feira a penúltima testemunha de acusação, que descreveu a morte de 22 familiares num bombardeio químico, no processo do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein, acusado do genocídio de 180 mil curdos nos anos 80.

"Vi uma mulher que jazia com o rosto contra o chão, perto de uma poça. Dei a volta e descobri que era a minha mãe", contou Abdalá Kader Abdalá, antigo 'peshmerga' (combatente curdo), que perdeu 22 membros de sua família no bombardeio químico de seu povo.

"Quis lhe dar um beijo de despedida, mas nem sequer pude, sabia que poderia ser contaminado por produtos químicos", acrescentou antes de começar a chorar.

Na abertura da vigésima sétima audiência, o promotor general, Munqit Al Farun, pediu o encerramento rápido dos depoimentos das testemunhas de acusação por considerar que "o Tribunal já escutou um grande número" delas. "O processo deve ser rápido e justo (...) Pedimos que não se apresentem mais testemunhas", solicitou o promotor.

O juiz Mohamed Al Jaliffa aceitou este pedido e precisou que agora só faltavam duas testemunhas. Cerca de 70 já foram ouvidas. Depois haverá o exame dos documentos escritos e a defesa se pronunciará. A audiência foi marcada para quarta-feira, 6 de dezembro.

Saddam e seis de seus antigos tenentes, entre os quais se encontra seu primo Hassan Al Majid, apelidado de ‘Ali, o Químico’, são processados por responsabilidade na campanha militar Anfal, na qual, segundo a acusação, 180 mil curdos foram assassinados entre 1987 e 1988.

Apenas Saddam e ‘Ali, o Químico’ são acusados de genocídio, mas todos os indiciados podem ser condenados à morte.

Saddam já foi condenado à morte em outro processo, no dia 5 de novembro, pela execução de 148 xiitas nos anos 80. Seus advogados apresentaram no domingo uma apelação desta pena perante o Alto Tribunal Penal iraquiano.



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