Economia Titulo
Indústria química reage em outubro
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
04/12/2006 | 21:59
Compartilhar notícia


Depois de uma queda nos resultados em setembro, as indústrias químicas brasileiras reagiram. Em conseqüência do aquecimento da demanda dos clientes para as vendas de fim de ano, o setor apresentou crescimento de 2,79% na produção em outubro ante o mês anterior, de acordo com dados do Relatório de Acompanhamento Conjuntural da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química). Nos dez primeiros meses, a alta foi de 3,32% em relação a mesmo período de 2005.

Segundo a gerente do departamento de Economia e Estatísticas da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, o aumento da produção já veio com atraso. Tradicionalmente, a procura por insumos químicos para a fabricação de itens para o Natal ocorre já em setembro - neste ano, o mês registrou redução de 2,87% ante agosto.

A reação demorou mas ocorreu. A maioria dos ramos químicos teve aumento da atividade, com destaque, entre outros itens, para os intermediários para plastificantes (produzidos por exemplo pela Unipar Química, de Mauá), com crescimento superior a 10%. Apenas dois grupos de atividades tiveram retração no mês: intermediários para fertilizantes (-2,66%) e resinas termoplásticas (-0,77%).

Esta última área contribuiu significativamente para um desempenho desfavorável de vendas de toda a indústria química no mês (queda de 1,24% ante setembro), apesar de outros 13 ramos da indústria exibirem aumento na comercialização no período.

A média geral foi influenciada negativamente pelas resinas termoplásticas (-10,08%) - produzidas por companhias como Suzano Petroquímica, Polietilenos União e Solvay, com unidades no Grande ABC – e também por solventes industriais (-16,96%) - fabricados por exemplo, pela Rhodia, de Santo André.

Antecipação – As vendas de resinas (como polietileno e polipropileno, que são matérias-primas para a fabricação de peças e embalagens de plástico) vêm em queda nos dois últimos meses e ocorrem, segundo a gerente da Abiquim, devido à antecipação de compras feitas pelos transformadores de plástico em agosto.

O movimento foi uma reação aos anúncios de reajustes, feito pelas produtoras petroquímicas no início do segundo semestre. Na média, o setor químico observa alta de 6,82% nos preços no acumulado dos dez meses do ano, sendo que em outubro, houve alta de 2,11%.

A explicação é simples: mesmo com recentes retrações nas cotações internacionais do petróleo e da nafta petroquímica, a disparada dessas matérias-primas no início do ano trouxe impactos nos valores dos produtos químicos no exterior, com reflexos no Brasil. Normalmente, para o setor, há defasagem de um a dois meses em relação ao comportamento de preços no mercado externo.



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;