A penúria da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) do Rio, que levou ao seu fechamento, há 16 dias, é fruto da má gestão dos recursos da entidade na última administração, denunciam os atuais dirigentes. Uma firma de assessoria empresarial contratada por eles constatou diversas irregularidades que levaram as dívidas à cifra de R$ 2,5 milhões. Funcionários, mães e jovens excepcionais protestaram segunda-feira de manhã contra a falta de investimentos. Segundo a auditoria, realizada em 2005 pela Cunha e Melo assessoria empresarial e divulgada terça-feira, as irregularidades comprometeram “de maneira decisiva a saúde financeira da Apae-Rio, culminando no esvaziamento dos recursos financeiros, a ponto de comprometer o pagamento de salários.”

O antigo presidente, Arlindo Catoia Varela, comandou a Apae-Rio de 2001 a março de 2005. Procurado pela reportagem, ele disse que não há nada que comprometa sua administração. Varela criticou o resultado da auditoria. “A análise é superficial. Todas as decisões foram respaldadas por reuniões do conselho.”

O relatório, assinado pelo contador Rogério Armando da Cunha, mostra problemas como dispensa de licitação e superfaturamento de serviços. Foram encontrados documentos que mostram que, em alguns casos, os valores pagos pela Apae não eram condizentes com o que foi executado.