O vereador Alberto Betão Pereira Justino (PSB) continua firme na oposição ao prefeito Oswaldo Dias (PT). Mesmo após as críticas feitas pelo presidente do diretório municipal, Carlos Wilson Tomaz, e a ameaça de repressão pelo comportamento, Betão diz que não deve mudar de lado.

O parlamentar é o único da bancada do PSB a não seguir a orientação do partido, o qual negocia junto à administração petista ampliar o apoio. "Se o projeto for bom, voto a favor, mas não posso participar de um governo que não é aberto. Os vereadores não conseguem falar com o Oswaldo. Fica difícil a situação", argumenta.

Betão defende que o apoio ao governo Oswaldo prejudica o partido, que foi o grande rival do PT nas eleições. "Todas as nossas propostas foram feitas contra a candidatura do PT. Somos adversários ferrenhos na cidade. Sigo aquilo que levei para a população na hora de pedir votos. Tenho que representar as pessoas que não votaram no PT", diz.

O parlamentar afirma que as repreensões do presidente do diretório, que chegou a interpelá-lo sobre a postura, não fazem sentido, uma vez que ele segue a linha defendida ainda nas eleições. "Quem está mudando de posição, ideologia e postura não sou eu, é o partido. Cabe à legenda resolver a situação dela. Sou apenas um soldado. Talvez não sirva como soldado para guerra, podem me encostar na cozinha para descascar batata, mas vou lutar pelos meus ideais e objetivos até o fim", atesta.

Sem temer uma possível expulsão por infidelidade partidária, o vereador diz que a mudança de postura do PSB e as negociações em andamento com o governo estão fundamentadas na troca de cargos. "Tem gente que tem ilusão de ter emprego na Prefeitura ou dar emprego para um amigo. Penso diferente: acima do interesse das vagas está o da cidade."

ADVERTÊNCIA - Apesar do posicionamento de Betão, o presidente do diretório municipal, Carlos Tomaz, diz que a expulsão do vereador não está em discussão. "Se ele não atender ao código de ética e fidelidade partidária, pode ser intimado a prestar informações à comissão de ética, Isso pode acabar em advertência e, em último caso, em expulsão. Mas isso não configura a gravidade do momento."