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PT e PSDB travam disputa acirrada em Rio Grande
Helder Lima
Do Diário do Grande ABC
03/10/2004 | 11:16
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As eleições para prefeito em Rio Grande da Serra neste domingo serão marcadas pela acirrada disputa entre dois canditatos – Adler Kiko Teixeira (PSDB) e Carlos Augusto César Cafu (PT) – que lideram as últimas pesquisas de intenção de voto. Outros dois postulantes à prefeitura que procuram marcar posição na arena política da cidade são Gilvan Mendonça (PPS) e Antônio Angelo dos Santos, candidato do PSTU.

A cor da bandeira política de cada um é obviamente diferente, mas no debate sobre propostas para a próxima administração eles coincidem em alguns pontos fundamentais. Por exemplo, na questão da Solvay. A empresa, multinacional que atua no mercado de PVC, está situada em área que pertence a Santo André, mas devido à proximidade geográfica com a cidade, seus rejeitos industriais acabam por poluir parte de suas águas. Isso enseja o debate sobre a necessidade de um repasse de impostos da empresa para o município como forma de compensação.

Rio Grande está totalmente inserida em área de proteção de mananciais e tem potencial turístico ainda a ser explorado, portanto, alguma iniciativa em favor da preservação torna-se imperiosa para a próxima gestão.

Os candidatos concordam com a necessidade de atuar forte na questão da Solvay, até porque isso pode ajudar a destravar o processo de dinamização econômica do município. Divergem apenas no tocante à prioridade que a questão merece. Kiko Teixeira, em entrevista ao Diário em setembro, destacou que deverá haver do futuro prefeito o esforço para não só definir o repasse da Solvay, mas também para atrair ao município prestadores de serviços da empresa.

Cafu, por sua vez, vê a questão com um certo distanciamento e destaca que “não adianta querer que isso seja a solução da cidade”. O candidato petista se propõe a resolver a questão, mas espera poder contar com um rol de soluções criativas para potencializar a economia da cidade, sobretudo com base na qualificação dos serviços e do comércio.

Dinamismo econômico, aliás, será o grande desafio do futuro prefeito. Atualmente, Rio Grande da Serra é o único município do Grande ABC que não conta com a indústria para apoiar seu desenvolvimento. De acordo com dados do anuário econômico Quem é Quem no Grande ABC, publicado em agosto pelo Diário, as empresas de Rio Grande garantem 99% de sua receita por meio do setor de serviços, o que representa um perfil singular na região. Esse fato, aliado à localização da cidade em área de proteção de mananciais, impõe obviamente a necessidade de ações em favor do turismo, outro tema sobre o qual todos os candidatos concordam.

Antonio Angelo dos Santos defende os projetos turísticos, inclusive como forma de gerar renda para a população. O candidato Gilvan Mendonça vê essa questão como aliada dos recursos naturais da cidade. “Hoje, o desenvolvimento passa pela cobrança do uso da água e da preservação”, afirma. Atualmente, Rio Grande da Serra tem 60% de sua Mata Atlântica preservada, patrimônio que representa 7% do total de reservas do Estado.

Há mais coincidências de propostas entre os candidatos, como é o caso da importância do artesanato para a economia da cidade. Essa atividade está nos planos dos candidatos porque é uma verdadeira fonte de renda para a população. “Vamos legalizar os ambulantes e criar cooperativas de trabalhadores (nessa atividade)”, diz o candidato do PSTU. Poluição industrial, ocupação em áreas de risco, desmatamento e falta de saneamento básico – atualmente apenas 20% do esgoto da cidade é tratado – são os desafios para o futuro prefeito de uma cidade que conta com 37 mil habitantes, dos quais 30 mil devem ir às urnas neste domingo.

Já no início da próxima gestão, caberá ao prefeito eleito defender a instalação do coletor-tronco de esgoto no município, obra já aprovada pelo Consórcio Intermunicipal e que encontra-se em execução, atualmente em Ribeirão Pires. Esse coletor levará os rejeitos para a estação de tratamento da Sabesp, pertencente ao Projeto Tietê, situada na divisa entre São Caetano e São Paulo.




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