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Evento celebra Teoria da Relatividade
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
03/10/2005 | 08:20
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Há 100 anos o físico alemão Albert Einstein (1879-1955) apresentou sua Teoria Especial da Relatividade, reformulada por ele 11 anos depois na Teoria Geral da Relatividade. Provou a existência de átomos, definiu a natureza das partículas da luz e revolucionou conceitos de espaço e tempo. O resultado desta longa investigação começou com o questionamento singelo "Como uma pessoa caindo de um telhado bem alto veria o mundo a sua volta?".

A resposta decifra partes fundamentais da realidade e suas peças variáveis e nada absolutas. "Tudo é relativo" foi a expressão que extrapolou a teoria e veio para a prática cotidiana, para entendermos quão relativa é nossa percepção da realidade. Do cientista que aos 37 anos rompeu padrões, ficou sua imagem pop, um idoso de cabelos desgrenhados, roupas surradas e língua de fora – gesto de atitude, não de loucura.

De segunda-feira até sexta-feira (dia 7), em São Caetano, palestras, peças teatrais e exposição compõem as atividades de Einstein: 100 Anos de Evolução, que lembram este centenário. São atividades gratuitas realizadas em parceria entre a Diretoria de Cultura de São Caetano, a Escola Técnica Estadual Jorge Street e a EE Bonifácio de Carvalho. Nesta segunda-feira, às 19h30, haverá no Teatro Santos Dumont (av. Goiás, 1.111, Centro. Tel.: 4221-8347) a palestra de abertura, Estruturas Invisíveis, com o educador Roberto Pompéia. Nesta terça-feira, às 19h30, o espaço recebe a peça O Poeta e o Vento, sobre uma cidade que subitamente sofre com a falta de luz.

O planetário móvel fica no ginásio poliesportivo da escola Bonifácio de Carvalho (av. Dr. Augusto de Toledo, 195, Centro) e estará aberto de quarta (dia 5) a sexta (7) para observação do céu e das estrelas – caso as condições meteorológicas permitam. Na quarta-feira, a peça Marte, a Viagem – Uma Comédia no Espaço, do Núcleo de Artes Estação Ciência, será encenada no Teatro Santos Dumont. A Biblioteca Paul Harris (av. Dr. Augusto de Toledo, 255, Centro. Tel.: 4229-0245) receberá, nos dias 5 e 7, o espetáculo teatral Os Três Astronautas e Flicts.

Essas são algumas das atrações previstas no evento. O centenário da Teoria Especial da Relatividade, motivo deste série de atividades em São Caetano, é lembrado na palestra Teoria da Relatividade Trocada em Miúdos, de Mário Dalmas, dia 6, no Teatro Santos Dumont.

Tudo relativo – O absoluto se torna relativo, isto é, perceber o movimento ou o repouso depende do referencial que se toma. Um exemplo clássico dado pelo físico envolve um trem em deslocamento constante. Um passageiro está parado em relação ao assento, mas em movimento em relação aos trilhos. Einstein partiu desse conhecimento – sabido em sua época – para desenvolver sua teoria, baseando-se em um dado absoluto, a velocidade da luz – 300 mil km/s, a máxima da natureza, impossível de ser ultrapassada segundo o físico. Caso um corpo conseguisse a façanha, sua massa se tornaria infinita e seu comprimento chegaria a zero.

Um dos conceitos da teoria da relatividade é a noção de tempo, ou espaço-tempo, variável de sistema para sistema, imperceptível no dia-a-dia. Por isso é relativo – as pessoas só percebem o tempo em sua forma absoluta. A dimensão de um objeto em movimento também seria variável, reduzindo conforme sua velocidade aumenta. Para Einstein, esses fenômenos só podem ser detectados quando há uma relação entre dois corpos, em que um esteja parado em relação a outro, e o corpo em movimento esteja com uma velocidade próxima à da luz.

Einstein formulou a equação E=mc² (E para energia; m, massa; c², velocidade da luz ao quadrado), que significa transformação de massa em energia. Pense em física nuclear, comunicações via satélite, células fotoelétricas (portas automáticas) e raio laser, por exemplo. Portanto, relacionou matéria e energia, feito equivalente às leis de funcionamento do universo – então estável e sólido – propostas pelo inglês Isaac Newton em 1666. Só que o alemão virou tudo de cabeça para baixo. Para a física teórica, Einstein foi um gênio, vencedor do Nobel em 1921. Para o pensamento humano, fica sua coragem de indagar sem se deixar influenciar por correntes dogmáticas nem por autoridades científicas, políticas ou religiosas.




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