Os metalúrgicos da Força Sindical vão negociar apenas as cláusulas econômicas de sua pauta trabalhista nas conversações mantidas com o Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Autopeças). As cláusulas sociais serão automaticamente renovadas. A primeira reunião foi realizada quinta-feira. As reivindicações que estarão em debate são: reajuste salarial (a Força pede 15%), estabelecimento do valor do piso da categoria – os metalúrgicos querem R$ 700 –, possível introdução da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) na convenção coletiva de trabalho e adoção de um mecanismo de inibição das horas extras.

As próximas reuniões acontecerão nos dias 6 e 19, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, Cícero Firmino, o Martinha. “Fizemos apenas um contato inicial, mas temos pressa de receber uma proposta satisfatória, e por isso vamos trabalhar apenas as cláusulas econômicas”, afirmou Martinha.

O sindicalista acredita que o calendário de negociações, com duas rodadas programadas, seja suficiente apenas para conseguir um acordo com o sindicato patronal.

“Acho que é interesse das duas partes fazer um acordo em pouco tempo. O resultado final, porém, vai depender realmente da disposição do Sindipeças de oferecer uma boa proposta”, ponderou.

A Força também iniciará negociação com o Grupo 9 (máquinas, eletroeletrônicos e outros) no próximo dia 7, pedindo 15% de reajuste. A negociação com os grupos 10 (mecânica, funilaria, iluminação, estamparia e outros) e Fundição ainda não tem data marcada. No Grande ABC, os trabalhadores de autopeças, grupos 9, 10 e Fundição da Força Sindical somam cerca de 30 mil.

Acordos – O número de empresas que fecharam acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores), aumentou para 49. A exigência do sindicato é a aplicação de reajuste salarial de 9,57% e o compromisso formal das indústrias de apoiar a mudança da data-base da categoria de novembro para setembro.

Até quinta-feira, duas empresas permaneciam paralisadas: Ausbrand, em São Bernardo, e Pirelli Cabos, em Santo André. A Backer, de São Bernardo, que estava em greve, concedeu aumento salarial sem firmar acordo, o que provocou o encerramento da paralisação dos trabalhadores.

A fábrica Ausbrand deve conceder o reajuste nesta sexta-feira a seus empregados, que avaliarão a proposta da empresa em uma assembléia.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo, afirmou que tentará novamente realizar uma reunião com os sindicatos patronais.

“Espero que o resultado de nossa mobilização facilite o acesso aos sindicatos patronais. Estamos tentando fazer contato com seus dirigentes para discutir de uma vez a pauta da categoria”, afirmou o sindicalista.