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Morando evita polêmica construção de mercado em área verde no Centro

Em solenidade na Fábrica de Cultura, prefeito de São Bernardo cita ‘quadrilátero cultural’, mas não comenta demanda popular por parque

Por Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
26/06/2020 | 00:02
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Nario Barbosa/DGABC


O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), se esquivou da polêmica sobre a construção de um supermercado em área verde que pertencia à antiga Fiação e Tecelagem Tognato, na região central da cidade. Ontem, durante solenidade de entrega da gestão da Fábrica de Cultura para o governo do Estado, Morando disse que a abertura do equipamento reforçaria o “quadrilátero cultural” em um raio de um quilômetro a contar do Paço, na Praça Samuel Sabatini.

Na contabilidade do prefeito, além da Fábrica de Cultura, há o Parque da Juventude, a Praça-Parque Antônio Cecato, esplanada do Piscinão do Paço e o Parque das Bicicletas, que foi instalado em parte dos terrenos que pertenciam à Fiação Tognato.

O Diário mostrou ontem que a construção de uma unidade do Grupo Bem Barato e o leilão de duas outras áreas da antiga Tognato contrariam o desejo de moradores da região por um parque em todo o terreno da empresa de tecelagem, que entregou as áreas à Prefeitura para pagar dívidas tributárias nos anos 2000.

Em 2016, em OP (Orçamento Participativo), os munícipes da região central aprovaram a instalação de parque nos 42 mil metros quadrados do local. O então prefeito Luiz Marinho (PT) negociou com o Sebrae-SP a construção do equipamento, em troca de cessão de parte do espaço para um centro de capacitação da entidade.

Morando mudou a trajetória do debate, montou o Parque das Bicicletas em 20 mil metros quadrados do terreno e, o restante, decidiu vender. Um deles, de quase 10 mil metros quadrados, foi adquirido no ano passado pelo Grupo Bem Barato, por R$ 42,1 milhões. O desmatamento do local está em estágio avançado. MPF (Ministério Público Federal) foi acionado para acompanhar o caso, uma vez que há suspeita de favorecimento à rede de supermercado. O governo nega qualquer irregularidade.

FÁBRICA DE CULTURA
Morando oficializou ontem a entrega, ao Estado, do prédio da Fábrica de Cultura, equipamento construído no local onde seria o Museu do Trabalho e do Trabalhador – alvo de operação da PF (Polícia Federal). A intenção é que a unidade comece a operar em setembro, em uma primeira fase.

A partir de agora, após intervenção municipal no valor de R$ 4,5 milhões, todo o prédio da Fábrica de Cultura passará para a gestão do governo do Estado por 20 anos, prorrogáveis por igual período. A gestão do governador João Doria (PSDB) deverá administrar todos os cursos, assim como as instalações locais.

Conforme o secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado, Sérgio Sá Leitão, que participou do ato, a fábrica deverá ser aberta em três etapas, a partir de setembro, quando o prédio abrigará 32 cursos, com 640 vagas ao todo. “A expectativa é a de que 15 mil pessoas utilizem o equipamento por mês, ao menos nesse primeiro período”, declarou. Toda gestão dos cursos, dos professores, dos equipamentos ficará sob responsabilidade da Catavento Cultural e Educacional, organização social especializada em cultura e que já faz gestão em outros equipamentos do Estado de São Paulo, inclusive outras fábricas de cultura.

Já a segunda fase de funcionamento do equipamento deve acontecer em junho de 2021. Na terceira etapa (sem prazo divulgado), com o equipamento operando em 100%, serão 308 cursos, com 4.185 vagas. 




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