Política Titulo Ex-vereadores
Trio andreense pode ficar fora da eleição após 48 anos

No aguardo do trâmite de processo, Montorinho Araújo e Juliano correm risco de inelegibilidade

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
01/12/2019 | 07:00
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Montagem/DGABC


Figuras históricas da política de Santo André, os ex-vereadores José de Araújo (PSD), Sargento Juliano (PSB) e José Montoro Filho, o Montorinho (sem partido) podem ficar fora do processo eleitoral de 2020 depois de 48 anos. Pelo menos um dos três icônicos ex-parlamentares andreenses esteve na Câmara desde 1972.

Os três juntos compuseram as últimas três legislaturas anteriores a 2016, ano em que eles tiveram votação suficiente para assumir cadeira na Câmara, mas foram impedidos de receber o diploma ao serem enquadrados na Lei da Ficha Limpa – os casos remetem a contas rejeitadas no biênio que presidiram o Legislativo.

No aguardo do desenrolar de processo jurídico, os três políticos ainda correm risco de inelegibilidade. Atualmente, integram o governo do prefeito Paulo Serra (PSDB) – dois deles têm status de secretário na administração. Araújo é superintendente da unidade de articulação política, Juliano está no comando do Serviço Funerário desde o começo da gestão tucana e Montorinho, após deixar o petismo, ocupa o posto de assessor especial na pasta de Assuntos Institucionais e Comunitários.

A Justiça Eleitoral indeferiu os registros de candidaturas baseado na decisão colegiada do TCE (Tribunal de Contas do Estado), que reprovou seus balancetes devido ao pagamento de subsídios complementares nos moldes de 13º salário. Eles tentaram reverter o cenário na Justiça, porém têm acumulado derrotas nos tribunais. Diante do impasse, o Paço mantém diálogo pela manutenção do trio no governo, o que evitaria novo desgaste no pleito.

Paulo Serra admitiu tratativas preliminares a respeito. “(Existem conversas para que) Se mantenham (no governo), porque têm feito bom trabalho, ajudado a levar o projeto adiante. Continuam nesta missão”, disse o tucano, ao defender que o imbróglio enfrentado pelo trio é apenas contábil. “É questão pontual, de problema (administrativo) da Câmara dos últimos 20 anos e eles respondem porque, como presidentes, eram ordenadores de despesas. Estão nos auxiliando nas mais variadas áreas, possivelmente, podem não ser candidatos, mas não só por isso (questão jurídica), porque já estão no projeto, desempenham outros papéis hoje.”

Ex-filiado ao MDB, Araújo foi o primeiro a embarcar na vida pública, elegendo-se vereador em 1972. Se reelegeu em três ocasiões antes de ser vice de Newton Brandão. No pleito seguinte, postulou o Paço, sem sucesso. Retornou à Câmara em 2005 e seguiu até 2016. Montorinho ingressou em 1989. Exerceu sete mandatos consecutivos. Sargento da Polícia Militar, Juliano entrou pela primeira em vez em 1996. Ex-companheiro de Araújo nas fileiras emedebistas, colecionou votações expressivas à casa.

Montorinho ponderou que ainda avalia a decisão sobre novo pleito, esperando o andamento do processo em meados até fevereiro. “Tenho compromisso de ajudar o prefeito na reeleição e, ao mesmo tempo, estou tocando o processo jurídico. Decisão não será só minha, é coletiva.” Araújo e Juliano não foram localizados para comentar o assunto. 




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