Política Titulo Filho de Auricchio
Tenho orgulho, mas eu penso diferente do meu pai, diz Thiago

Filho do prefeito de S.Caetano é candidato a deputado estadual, ressalta independência e foge de briga: ‘Não discuto picuinha’

Raphael Rocha
Diário do Grande ABC
12/08/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Filho caçula do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), Thiago Auricchio (PR) participa de sua primeira eleição aos 25 anos, buscando cadeira de deputado estadual. Embora ressalte os benefícios eleitorais que sobrenome traz, o republicano avisa: se eleito em outubro, o mandato terá sua cara, não a de seu pai.

“É orgulho carregar o sobrenome (Auricchio), por tudo que meu pai conseguiu, ao lado do grupo político, da Câmara, ao longo dos três mandatos (2005-2008, 2009-2012 e o atual). É inegável a evolução da cidade. Carregar esse nome é orgulho. Mas não pensamos da mesma maneira. Costumo dizer que se encaixa no modelo do melhor amigo. Você não pensa igual ao seu melhor amigo. Então, é difícil pensar igual seu pai. Às vezes, ideias são semelhantes, às vezes, não”, disse Thiago, em visita ao Diário.

Segundo ele, um fato que reforça a independência de seu projeto político foi justamente a escolha da legenda pela qual vai concorrer. No começo do ano, Thiago trocou o PSDB, que aposta na candidatura a governador de São Paulo do ex-prefeito paulistano João Doria, pelo PR, que integra o arco de aliados do atual governador do Estado, Márcio França (PSB), que busca a reeleição.

“Mostra que não tenho o mesmo pensamento do meu pai. Foge de eventual crítica de que meu pai seria o deputado, não eu. Cada um tem sua ideia”, afirmou. Apesar de reforçar a autonomia política, Thiago admite: ser filho de quem é abre portas e diálogos. “Quando vou para a Capital e para o Interior, muitos falam do meu pai, da cidade de São Caetano. Aumenta minha responsabilidade.”

A despeito de acompanhar Auricchio na política desde 2004 – “lembro de eu, com 8 anos, indo a reuniões com ele” –, Thiago despontou no cenário regional como assessor do deputado federal Alex Manente (PPS). “Ele sempre me incentivou e, de fato, quando ele se elegeu para a Câmara Federal, ficou vazio no grupo (de deputado estadual, cargo que Alex ocupou por dois mandatos)”, admitiu. Mas Thiago ressalta que tem outros professores na política. “O Clóvis (Volpi, ex-prefeito de Ribeirão Pires) tem me ajudado muito. O prefeito Gabriel Maranhão (de Rio Grande da Serra) é referência, por seu modelo de gestão.”

O republicano evitou conflitos. Por exemplo, declarou que se a primeira-dama de São Bernardo, Carla Morando (PSDB), se eleger parlamentar estadual, “ela será uma grande deputada”. “Não vejo rivalidade. No Grande ABC tem voto para todo mundo. E outra: não quero ficar na picuinha. Quero discutir política pública”. Ele assegurou que não ficou rusga com Marcel Munhoz (PPS), vereador mais bem votado de São Caetano e que nutria desejo de ser postulante à Assembleia. “Foi tudo construído, de forma amigável”. A mesma avaliação é feita sobre o estremecimento entre o vereador Julinho Fuzari (PPS), de São Bernardo, e Alex, intensificado após movimentação pela candidatura a estadual de Thiago. “Não posso barrar projeto dos outros.”

Thiago garantiu que, se eleito, trabalhará pela efetivação da ligação do Grande ABC ao sistema de Metrô da Capital, pedirá terceiro hospital estadual – “o Serraria, de Diadema, e o Mário Covas, de Santo André, estão saturados” – e que pleiteará recursos para São Caetano. “Nos últimos cinco anos, São Caetano recebeu R$ 120 mil em emendas parlamentares do Estado. Falta olhar especial para a cidade.”




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