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Alaíde exonera um secretário a cada três dias e 16 horas em Mauá

Em 53 dias de gestão interina, prefeita em exercício promove 14 mudanças no primeiro escalão; governo atual cita montagem do time e Admir critica

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
07/07/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Há 53 dias no comando do Paço de Mauá de forma interina, a prefeita em exercício da cidade, Alaíde Damo (MDB), promoveu 14 trocas no primeiro escalão, o que representa que um secretário foi exonerado a cada três dias e 16 horas. Houve, inclusive, duas alterações em uma mesma Pasta.

Vice-prefeita, Alaíde tomou posse no dia 15 de maio, seis dias depois de o prefeito Atila Jacomussi (PSB) ser preso na esteira da Operação Prato Feito – policiais encontraram R$ 85 mil em espécie na residência do político, que é investigado por suspeita de recebimento de vantagens indevidas de contratos superfaturados de merenda e uniforme escolares.

Logo de cara, mexeu no núcleo duro e colocou a filha, a ex-deputada Vanessa Damo (MDB), à frente da Pasta de Governo – com Atila, ela era secretária de Relações Institucionais. Por determinação judicial, Vanessa teve de ser exonerada e foi substituída pelo primo, Antônio Carlos de Lima (PRTB). A mais recente troca foi na Secretaria de Habitação, com a demissão de Sérgio Affonso e contratação de Marcos Ratti.

Nesse tempo, Alaíde cortou indicados do ex-genro, o ex-secretário José Carlos Orosco Júnior (PDT), e até retaliou aliados diretos de Atila – como Israel Aleixo, o Bell (PSB), da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) e Márcio de Souza (PSB), da chefia de Gabinete e de Comunicação.

Com 27 secretarias e autarquias, pouco mais da metade do primeiro escalão foi modificada. E a tendência é aumentar esse número, já que faltam definições de alguns setores, como Saúde e Transportes.

Para Antônio Carlos, as ações de Alaíde são coerentes e fazem parte da rotina administrativa. “Governar é escolher e é isso que a prefeita está fazendo. Ela tem afinidades maiores com outras pessoas e, por isso, pode ter mudado alguns nomes”, argumentou.

Antônio Carlos ainda argumentou que todas as mudanças têm seguido critério estritamente técnico, já que os nomeados possuem formação nas Pastas que atuam. Porém, o Diário já mostrou que em algumas escolhas as afinidades pessoais foram levadas em consideração.

Agostinho Anselmo Martins, que comanda a Pasta de Obras, é da família Grecco, há muito tempo aliada da família Damo. Outro exemplo foi a nomeação de Marcos Ratti para liderar a Secretaria de Habitação – os Ratti também têm forte ligação com esse grupo político que está no poder.

‘FALTA PLANEJAMENTO’ - “Queria saber quem é o gênio que está assessorando a prefeita interina”, disparou o presidente da Câmara e pai do prefeito afastado, Admir Jacomussi (PRP), ao avaliar as ações tomadas por Alaíde.

Dizendo que as exonerações e as nomeações dos novos secretários são escolhas de uma administração precipitada, Admir fez duras críticas ao Paço. “A prefeita interina está tomando ações de maneira desenfreada. Ela parece não estar planejando”, opinou.

Sobre a exoneração de aliados do prefeito afastado, o presidente da Câmara evitou classificar os atos como desmantelamento do time político do filho. “Não quero acreditar que seja movimentação política, mas isso o tempo irá dizer.”

Outra situação que causou estranheza a Admir e que ele disse corroborar com a falta de planejamento por parte da gestão Alaíde são os valores desprendidos com as exonerações dos secretários. “Eu realmente não sei se a Prefeitura tem dinheiro para pagar tudo isso.” 




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