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Filippi assegura candidatura em outubro e põe olhos em 2020

Ex-prefeito de Diadema garante que estará nas urnas mesmo sem Lula na disputa presidencial

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
01/04/2018 | 07:10
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Claudinei Plaza/DGABC


Ex-prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT) assegurou que será candidato a deputado federal em outubro, independentemente de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguir viabilizar seu projeto à Presidência. Condenado à prisão em segunda instância pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, no Litoral, Lula pode ser impedido de disputar o pleito pela Lei da Ficha Limpa.

Filippi não só refutou abdicar da candidatura, informação que ventilava-se internamente no petismo, como falou na possibilidade de voltar a pleitear a chefia do Parque do Paço, hoje nas mãos de Lauro Michels (PV). O ex-prefeito considera a condenação de Lula como “perseguição” e “arbitrariedade” e cita que a ideia de o ex-presidente ser tirado da corrida presidencial produziu “efeito contrário” em seu futuro político. Filippi já havia anunciado saída da vida pública.

“A minha candidatura (a deputado) está confirmada. Essa situação que o Lula está vivendo, inclusive, foi o que me animou a consolidar esse projeto de colocar meu nome e ser candidato a deputado federal e contribuir para que o partido possa ampliar sua bancada”, sustenta Filippi, que não ocupa cargo público desde 2015, quando deixou o comando da Secretaria de Saúde do governo do então prefeito da Capital Fernando Haddad (PT). “Tomei essa decisão (candidatura a deputado) não foi por capricho ou vaidade. Tomei essa decisão ouvindo o cidadão de Diadema”, frisa.

Chefe do Executivo diademense por três ocasiões (1993-1996, 2001-2004 e 2005-2008), Filippi também foi deputado estadual (1999-2000) e federal (2011-2013). Nas eleições de 2016, o petista teve o nome defendido por militantes como candidato do partido ao Paço, projeto que Filippi rejeitou e que acabou sendo absorvido pelo então vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho. À época, o petista começava a ser investigado pela Operação Lava Jato, por suspeitas de irregularidades na condução das finanças de duas campanhas presidenciais da sigla.

No ano passado, Filippi começou a ensaiar retorno às urnas, fato que instalou racha no PT de Diadema. Um dos três vereadores da bancada petista na cidade, Ronaldo Lacerda também reivindica candidatura a federal e se queixa das idas e vindas do ex-prefeito. “É injusto o Lula ser candidato? Não fazendo comparações. O Lula já tinha dois mandatos de presidente, elegeu a Dilma (Rousseff), foi um presidente exitoso e, na mudança da conjuntura, se coloca como nosso candidato a presidente e tem todo nosso apoio. Estou fazendo essa comparação, sem nenhuma intenção de me comparar com o Lula, porque são dimensões diferentes. Mas é uma situação muito similar.”

Filippi argumenta que há espaço para que três nomes do partido com domicílio eleitoral na cidade possam pedir votos para um mesmo cargo. Além do ex-prefeito e do parlamentar, o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, buscará a reeleição.

LAVA JATO E PAÇO
Sobre voltar a brigar pelo Paço de Diadema, Filippi evita cravar retorno. Contudo, deixa nas entrelinhas que não enterrou a possibilidade de concorrer ao quarto mandato. “O ponto final que eu tinha colocado (na vida pública), agora troco por uma vírgula”, disse. O ex-prefeito afirma estar “tranquilo” quanto às investigações no âmbito da Lava Jato e sugere que só foi alvo das apurações por conta do papel que desempenhou no petismo como tesoureiro das campanhas presidenciais de 2006 e de 2010.

“Existia ação clara para tentar arranhar a reputação de dirigentes do PT, principalmente envolvidos na questão do financiamento de campanhas. A minha situação é de três anos investigado. Quero aguardar, para saber para onde essa operação vai conduzir esse meu processo. Se vão apresentar denúncia, quero saber do que estou sendo acusado, eu não sei. Tenho plena consciência de que o que fiz foram coisas absolutamente éticas, lícitas.” 




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