O último ano do Ensino Médio é recheado de expectativa, ansiedade e dúvidas. A principal questão envolve deixar de lado o universo colegial para decidir qual faculdade é a melhor opção – isso se a continuidade nesse tipo de estudo possa ser viável. A escolha profissional bate à porta e as perguntas sobre o que fazer no futuro precisam ser respondidas o quanto antes, uma vez que os primeiros vestibulares do ano já têm inscrições abertas, incluindo em centros universitários espalhados pelo Grande ABC.

Pesquisa realizada pela Universidade Anhembi Morumbi com cerca de 18.470 estudantes do 3º ano do Ensino Médios apontou que 27% desses jovens (com representantes de escolas públicas e privadas) têm dúvidas sobre seu futuro profissional. A vasta lista de faculdades disponíveis também assusta. O curso de Engenharia, por exemplo, possui mais de 35 variações, entre Mecânica, Têxtil, Florestal e de Alimentos. De maneira mais ampla, as opções são divididas em três grandes grupos: humanas, exatas e biomédicas (veja mais ao lado). Atualmente, o Brasil oferece perto de 324 carreiras em seus centros acadêmicos, sendo que quase 11 milhões de jovens se formaram nos últimos 15 anos. Entre os cursos mais procurados estão Administração, Ciências Biológicas, Direito, Enfermagem e Psicologia.

Compreender o caminho a ser seguido pode ser facilitado se percebermos sinais que surgem durante a trajetória escolar. Ter facilidade em certas provas, gostar de determinadas aulas e acompanhar alguns assuntos específicos podem dar alternativas. Uma ajuda é participar de testes vocacionais, com série de perguntas e questionamentos pessoais que podem indicar caminhos a serem trilhados e apontar áreas com as quais a pessoa não se encaixa. Perguntas de diferentes tipos, podendo envolver problemas de português e matemática, por exemplo, são utilizados, assim como levantamento de conhecimento gerais.

“Algumas questões podem identificar um perfil único para o estudante. Com as informações e respostas, associamos tudo com algumas profissões”, explica Guilherme Maynard, diretor-geral da Prepara Curso, rede de cursos profissionalizantes. “O jovem, nessa faixa etária, ainda não sabe o que quer ser, o que quer fazer, qual área seguir. Embora há casos de quem já sabe para onde ir, é bem difícil.”

Conhecer de perto o universo do segmento a ser escolhido é outro ponto fundamental. O levantamento da pesquisa comportamental revelou que 46% dos entrevistados tiveram contato anterior com a profissão. Segundo Maynard, estar no ambiente específico é ótimo para identificar o real interesse. “Há quem imagina como será o trabalho, e colocar a ‘mão na massa’ talvez seja a melhor forma para auxiliar o direcionamento da vocação. Ajuda a decidir, consolidar a ideia ou, até mesmo, mudar a percepção.”