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Quebrando as regras
Marcela Munhoz
Do Diário do Grande ABC
03/10/2010 | 07:01
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Na década de 1970, as mulheres começaram a conquistar alguns direitos importantes como pílula anticoncepcional e relacionamentos sem compromisso. Na mesma época, um grupo formado por cinco adolescentes estourou e revolucionou o mundo com sua atitude rock ‘n' roll.

Era a banda norte-americana The Runaways (As Fugitivas, em inglês), que serviu de inspiração para filme de mesmo nome, cuja estreia está marcada para a próxima sexta-feira (8) nos cinemas do País.

No papel da vocalista Cherie Currie, está Dakota Fanning. Já Kristen Stewart dá vida à guitarrista Joan Jett. As duas atrizes da saga Crepúsculo, protagonizam cenas de sexo e drogas. Mesmo que não tão explícitas, o filme deve ser recomendado só para quem tem a partir de 16 anos.

A história do longa começa quando o exótico empresário musical Kim Fowley conhece Joan Jett e curte e ideia de montar banda só de garotas. Ele procura outras integrantes e fica fascinado com a loira fatal Cherie. Ela tem família totalmente desestruturada. A mãe é ausente, o pai alcoólatra. A única que está sempre ao seu lado é a irmã-gêmea Marie.

Com as cinco do grupo juntas, Kim começa a provocá-las. Quer que tenham atitude e encarem o público sem medo. Diz que homens não gostam de ver mulheres segurando guitarras, e sim, na cozinha.

As meninas criam identidade e personalidade suficientes para bombar. Começam a fazer tanto sucesso que chegam a ser comparadas ao fênomeno The Beatles quando levam multidão a acompanhá-las em uma turnê no Japão.

Porém, o sonho dura pouco. Cherie fica viciada em drogas, se desentende com as companheiras de banda e volta a ter vida anônima. The Runaways durou de 1975 a 1979, mas o fato é que depois das meninas selvagens o rock nunca foi mais o mesmo.

O que é legal e o que não é tão bacana assim
Em The Runaways, Kristen Stewart nem parece a pacata Bella de Crespúsculo. A atriz encara Joan Jett e convence no papel com características masculinas. Dakota também manda bem nas perfomances no palco. As duas mostram química.

Também merece destaque o ator Michael Shannon, que interpreta o irreverente empresário Kim. A maquiagem dele é impagável. Outra cena bem feita é a do beijo entre as rockstars. Não é nada exagerado.

Porém, o filme deixou a desejar por não falar absolutamente nada das outras meninas da banda. Elas são mera coadjuvantes ali. O foco ficou totalmente voltado para Cherrie. Até Joan Jett foi deixada um pouco de lado. Além disso, o longa passa rapidamente pelo fim da banda, dando a sensação de que faltou algo importante a ser mostrado. De qualquer forma, a trilha sonora é muito boa. Se curte rock, vale a pena ir ao cinema.

Estilo
As roupas, cabelos e acessórios da banda também representam uma forma de mostrar personalidade e atitude.

Tanto que, no começo do filme, Cherie aparece cortando o próprio cabelo e fazendo uma pintura no rosto, como protesto. As meninas roqueiras abusam de tachas, vinil, correntes, óculos de aviador, braceletes, sapatos plataformas, macacões e roupas superjustas.

Em um momento do longa, Joan customiza uma camiseta branca. Ela escreve com spray de grafite Sex Pistols (banda famosa de punk da década de 1970). A peça ficou tão conhecida que simboliza a guitarrista.

O filme não poderia estrear em melhor época: a moda rocker está bombando novamente. Dá para se inspirar bastante.

Outras bandas seguiram o exemplo
Não foi só The Runaways que revolucionou. Janis Joplin se tornou conhecida no fim dos anos 1960. Nomes como Wanda Jackson, Patricia Lee Smith, Debbie Harry, Kim Gordon, Karen O, Beth Ditto, Courtney Love, PJ Harvey, Alanis Morissette, Pink e Gwen Stefani não podem ser esquecidos. Pink, Hayley Williams (Paramore), Avril Lavigne e Amy Lee (Evanescence) representam a nova geração. Entre as brasileiras que merecem destaque estão Rita Lee e Pitty. As mais novas que não podem faltar são Lipstick, Agnela e Elektra (Fake Number).

Que fim levou?
Depois que a banda terminou, Cherie juntou-se a irmã gêmea e a baixista Vivki para formar a banda Currie Blue Band. Tentou ainda papéis como atriz. Já Joan Jett formou a banda Joan Jett & The Blackhearts. Foi ela quem compôs a famosa música I Love Rock ‘N' Roll.

Mulheres lutam por direitos iguais até hoje
"A sociedade ainda mantém sequelas do autoritarismo masculino", acredita o psicólogo Thiago Almeida. Para ele, a situação seria ainda mais complicada se mulheres não tivessem se manifestado no decorrer da história. "Algumas atitudes foram importantes para reforçar que a mulher tem opinião e deve ser respeitada. As artistas são um belo exemplo."

Bandas como a The Runaways serviram de inspiração para quem queria mais liberdade, mas tinha medo de mostrar. Elas escandalizaram a década de 1970 com músicas que hoje não fariam chocar tanto assim. Pois somos as rainhas do barulho/ Venham e peguem isso meninos/ Rainhas do barulho/ Não apenas um de seus brinquedos diz a canção Queens of Noise. O principal objetivo era mostrar que não precisavam mais se rebaixar e que também podiam dominar a situação, além de formar uma banda de rock com qualidade.

E tem mais novidade no cinema
"Tá com medinho, número 2?"; "O senhor é um fanfarrão!"; "Pede pra sair, número 1". Quem não se lembra das frases de ordem e deboche do Capitão Nascimento em Tropa de Elite (2007)? Ele está de volta em Tropa de Elite 2, agora como chefão. O longa nacional estreia na sexta (8). Além de Secretário de Segurança, Nascimento (interpretado por Wagner Moura) é pai de um adolescente. "Rafael é explosivo como ele. Os dois têm uma relação bem complicada", conta o ator Pedro Van Held, 16 anos. O jiu jitsu é a única forma de uni-los. "Já tinha feito a arte e aprimorei para o filme com Rickson Gracie (terceiro filho de Hélio Gracie, o criador do Jiu-Jitsu brasileiro). Foi um privilégio", diz o ator, que estreia seu primeiro papel no cinema. "Começar em um trabalho desses é demais. Wagner Moura me ensinou muito. Disse para sempre ser eu mesmo."

Pedro também interpreta Arthur, em Malhação, da rede Globo. Os dois personagens são completamente diferentes. "Arthur é tímido, gente boa, amigo. Já Rafael é impulsivo, quer provar toda hora que é homem." O ator nasceu e mora no Rio de Janeiro. Sabe que o filme mostra a realidade da cidade. "Tudo é maravilhoso aqui, mas tem muita violência. É triste". Nas horas de folga, curte jogar futebol e sair com os amigos. Além disso, divide a rotina com a família. Tem três irmãos, um deles é gêmeo e teve falta de oxigenação no cérebro, por isso, é especial. "Ele é muito companheiro."




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