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ONG cria campanha e pede o fim da torcida única em São Paulo
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12/03/2017 | 07:10
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A manutenção da proibição do acesso da torcida visitante aos clássicos do futebol paulista neste ano levou a ONG Minha Sampa a lançar campanha contra a decisão. O movimento, pedindo a volta ao estádio dos torcedores de ambos os times que se enfrentam tem ações pela internet e também em dias de jogos, por meio de faixas de protesto levadas às arenas.

A ONG argumenta que a medida, além de discricionária, é inócua. Sustenta que desde 1988 apenas nove das 275 mortes registradas como ligadas ao futebol ocorreram dentro de estádios. E que 80% das brigas acontecem do lado de fora, a maioria delas bem longe do local do jogo.

"A insistência na política de torcida única não passa de atestado de incapacidade do poder público em lidar com os problemas de segurança que envolvem o futebol", entende Ricardo Borges, ex-diretor executivo do Bom Senso FC e integrante da Minha Sampa. "Surpreende como os clubes e a Federação Paulista aceitam passivamente uma medida autoritária e segregacionista como essa."

A federação alega ser contra a torcida única e que já pediu, sem sucesso, ao Ministério Público que a medida fosse revogada. "A FPF prega maior rigor na aplicação da legislação vigente para pôr fim à impunidade que ronda os casos de violência no futebol", diz a entidade.

A ONG, porém, criou um mecanismo em seu site pelo qual quem é contra a torcida única pode expressar, por e-mail, seu desagrado ao presidente da Federação Paulista, Reinaldo Carneiro Bastos, ao secretário de Segurança Pública estadual, Mágino Alves, e à ouvidoria da FPF. Até a noite de sexta-feira 1.738 mensagens haviam sido enviadas.

CLUBES DO RIO SE UNEM CONTRA MEDIDA - Mesmo com os corriqueiros confrontos ocorridos em dias de clássico, os dirigentes dos grandes clubes do Rio de Janeiro lutam contra a adoção da torcida única. Há, no Estado, uma liminar com essa determinação, mas a medida já foi suspensa em duas ocasiões: no jogos do Flamengo contra Vasco e Fluminense, respectivamente, pela semifinal e decisão da Taça Guanabara.

Nessas duas ocasiões não foram registrados incidentes graves entre torcedores, ao contrário do que ocorreu em fevereiro em jogo entre Botafogo e Flamengo, quando um botafoguense foi morto com o uso de um espeto de churrasco.

Em Minas Gerais, Cruzeiro e Atlético fizeram alguns clássicos com torcida única, principalmente na época em que o Mineirão estava em obras para a Copa do Mundo. As brigas entre torcedores diminuíram nesse período.

Mas este ano, num clássico pela Copa da Primeira Liga, o Mineirão foi dividido - 39.811 torcedores de ambas as equipes foram ao estádio e não houve confrontos muito violentos.




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