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Pacientes reclamam de demora no PA
Isis Mastromano Correia
Do Diário do Grande ABC
18/03/2008 | 07:00
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Pacientes que aguardavam atendimento no PA (Pronto-Atendimento) Central, em Santo André, no mesmo dia em que a representante de negócios Angela Maria Ferrer Alencar Pinto foi algemada por ter tentado atendimento prioritário para uma criança, reclamam do excessivo tempo de espera por atendimento na unidade de saúde.

Na última quarta-feira, Angela tentou fazer com que um garoto que aguardava cuidados há uma hora e meia fosse atendido pois estaria passando muito mal, mas, atendentes da unidade de saúde chamaram um GCM (Guarda Civil Municipal) que entendeu a atitude como desacato e a algemou.

De acordo com o diretor do departamento de PAs Wagner Buchmann, um tempo de aguardo de até duas horas e meia é considerado dentro dos limites.

Segundo Buchmann, o índice foi estabelecido entre a Administração e participantes de conselhos de saúde.

“Em relação ao ocorrido na última quarta-feira, o movimento estava pequeno, até atípico para nossa realidade. Levávamos, no máximo, de 30 a 40 minuto para cada paciente ser atendido”, afirmou.

 “Ele (o menino) passou pela classificação de risco e não era nada grave. Estava febril”, disse Buchmann. De acordo com o diretor, uma sindicância foi aberta para apurar o caso.

Contradizendo o diretor, a diarista Ivonice Dantas de Carvalho lembra que esperou mais de quatro horas por um atendimento. “Naquele dia, cheguei no PA às 19h e saí somente às 23h20”, reclamou.

Para o Secretário Geral do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana, Ariel de Castro, a atitude do GCM configura abuso de autoridade e ele pode responder por lesão corporal e constrangimento ilegal. “É uma covardia o guarda agredir uma pessoa que está atrás de seus direitos”, disse Castro.

Para o advogado Lúcio França, do Conselho de Direitos Humanos da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Angela não poderia ser citada como autora do fato no termo circunstanciado.

 “O delegado tinha de ouvir as partes com isenção.

 Dessa forma, parece que foi um simples caso de discussão, mas ela foi agredida”, explica França.

 “O guarda teve três testemunhas”, reclamou Angela.

“Fui para a delegacia, mas disseram que não precisava de meu testemunho para ela”, conta a bancária Maria do Carmo Borges, que também aguardava atendimento no PA e presenciou o ocorrido.

O delegado que registrou o caso, Eder Silva Monarin, negou o fato. “Ela (Angela) não trouxe mais ninguém (como testemunha) só essas duas pessoas (o filho e a nora também foram considerados autores)”, disse. “Foi pedido exame de corpo de delito e a partir daí poderemos averiguar eventual abuso de autoridade, completou Monarin.



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