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Suzantur reduz frota de Mauá

Passageiros relatam maior intervalo entre os ônibus,
que foram transferidos para Sto.André, na Vila Luzita

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
12/10/2016 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


A operação conturbada da Suzantur em Santo André, noticiada desde sábado pelo Diário, também tem gerado reclamações por parte de passageiros do transporte público de Mauá, cidade onde a empresa opera desde 2013. Segundo usuários do sistema, desde o início da semana ao menos quatro linhas da viação têm apresentado maior tempo de espera.

Conforme apurado pela equipe do Diário, o intervalo de circulação dos coletivos está diretamente relacionado à transferência de aproximadamente 20 a 30 veículos que circulavam em Mauá para a região da Vila Luzita. A gestão do prefeito Donisete Braga (PT) nega a informação.

Desde sábado, quando a Suzantur iniciou a operação de ônibus em Santo André, diversos veículos que têm circulado na região da Vila Luzita ainda permanecem com a pintura em tons vermelho e branco – padrão da frota de coletivos que atende Mauá. O fato tem gerado revolta por parte de passageiros que utilizam o sistema de transporte público.

Usuário da Linha 041 Vila Mercedes, o aposentado Osvaldo Luiz, 62 anos, disse ter notado diminuição da frota de veículos da empresa após o período eleitoral, mesma semana em que a Suzantur foi selecionada pela Prefeitura de Santo André para operar em caráter emergencial 15 linhas de ônibus que circulam na região da Vila Luzita, em substituição à Expresso Guarará, que está em processo de falência. “Depois que acabou o primeiro turno, tem demorado bem mais a circulação dos ônibus. As filas estão bem maiores.”

Segundo a dona de casa Vanessa Neri, 33, usuária da mesma linha, o tempo de espera, que antes era de 20 minutos, atualmente tem sido de até meia hora. “Agora mesmo (ontem) passou um ônibus, mas como tinha muita gente, vou ter de esperar o próximo”, relata.

O auxiliar operacional Carlos Monteiro, 58, que utiliza a linha 136 Canadá, foi outro que mostrou insatisfação com o maior tempo de espera. “Antes, não ultrapassava 20 minutos, agora fico bem mais que isso (esperando). Para piorar, eles (empresa) têm reduzido a quantidade de veículos à tarde. Se de manhã tem três carros rodando em horário de pico, agora, às 16h, são só dois.”

Usuários que utilizam as linhas 089 Radial e 072 Nova Mauá também denunciaram aumento no intervalo entre um coletivo e outro. “Desde quando a Leblon saiu da cidade isso daqui só tem piorado, principalmente as bilheterias que carregam o SIM (Sistema Integrado Mauá)”, relata a auxiliar de recursos humanos Camila Gomes Rocha da Silva, 27.

Desde sábado, quando a Suzantur iniciou a operação de ônibus em Santo André, diversos moradores que utilizam o sistema de transporte público de Mauá têm utilizado a página do Diário no Facebook para criticar, por meio de comentários, o maior tempo de espera dos coletivos na cidade e também os problemas operacionais da companhia, tais como filas nas bilheterias e frota insuficiente.

Segundo a Prefeitura de Mauá, a entrada da Suzantur em Santo André não ocasionou “ diminuição da frota de ônibus que atende a cidade”. Em nota, a administração informou que “todas as partidas previstas contratualmente estão sendo cumpridas regularmente”. No entanto, o Paço não retornou aos questionamentos do Diário sobre a quantidade de veículos que atendem atualmente a cidade e quantos coletivos estão disponíveis na reserva, em casos de problemas na frota circulante.

Já o proprietário da Suzantur, Claudinei Brogliato, questionado sobre o assunto negou a informação sem dar detalhes. “Lógico que não.”

A contratação emergencial da Suzantur, oficializada pelo prefeito Carlos Grana (PT) na sexta-feira, é alvo de questionamentos na Justiça. Ao todo, quatro processos investigam possíveis irregularidades do processo. Em Mauá e São Carlos, onde a empresa também assumiu o transporte municipal de maneira emergencial, a Suzantur também é investigada.

 

Sem garagem, veículos são guardados em terreno baldio

Sem garantias do proprietário da Suzantur, Claudinei Brogliato, para aquisição de uma garagem em Santo André, funcionários que operam 15 linhas de ônibus na região da Vila Luzita estão sendo obrigados a utilizar um terreno abandonado como estacionamento dos coletivos que têm circulado na cidade.

Localizado a menos de 200 metros do Terminal da Vila Luzita, na Avenida Dom Pedro I, o terreno de antiga fábrica de ziper além de estar sendo utilizado como estacionamento para os veículos também tem sido usado por funcionários da Suzantur como local improvisado para manutenção dos coletivos, mesmo não oferecendo qualquer tipo de área preparada para receber tal serviço.

Ontem, por volta das 15h30, o Diário esteve no espaço e constatou que seis funcionários realizavam a limpeza de quatro veículos estacionados no terreno. Já no Terminal da Vila Luzita, outro funcionário da Suzantur estava com um veículo da empresa realizando manutenção de coletivos nas próprias plataformas de parada dos coletivos, somente com uma caixa de ferramentas.

Sem garagem, funcionários relatam estar abastecendo os ônibus num posto de combustível, localizado na Estrada Cata Preta. Além disso, revelam que estão usando pequena sala do terminal para horário de descanso.

 

 




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