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Rodoanel diminui tráfego na Anchieta?
Isis Mastromano Correia
Do Diário do Grande ABC
12/03/2008 | 07:04
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Apesar de argumentar que não tem estudo específico para o trânsito na Via Anchieta e que as obras prioritárias para o tráfego da região são outras, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC defende que o Rodoanel ajudará a desafogar o trânsito na rodovia. Tese totalmente contrariada por especialista da região.

Para o engenheiro e diretor técnico da Geométrica, empresa contratada para realizar os estudos de impacto viário do Consórcio, Leonardo Pedro Lorenzo, o trecho Sul do anel viário, que passará por Santo André, São Bernardo, Mauá e Ribeirão Pires, vai tirar o foco dos motoristas da rodovia. “A demanda da Anchieta diminuirá bastante, pois parte da chegada a São Bernardo, que hoje acontece por São Paulo passará a acontecer pelo Rodoanel”, disse o engenheiro.

Souza afirma que o anel viário vai, por conseqüência, tirar o tráfego de dentro da cidade. “Hoje, todo mundo acha que novas construções só vão levar os motoristas de um congestionamento a outro, mas, da mesma forma que se fala em investimento no Metrô ou nos trens, tem de se investir no sistema viário”, defende.

Para o coordenador do curso de Engenharia Civil da FEI, André Pereira Amann. a chegada da asa Sul do Rodoanel poderá, na verdade, mudar a dinâmica dos congestionamentos. “O Rodoanel vai inverter totalmente o fluxo de chegada na cidade (São Bernardo), pois, o ponto de entrada pode deixar de ser a Anchieta. Com isso, a região do Riacho Grande pode sofrer com o aumento do tráfego, um movimento que hoje não existe.”

O professor defende ainda uma mudança de comportamento para amenizar o excesso de automóveis em circulação. “O veículo é uma questão de status, mas por outro lado não há transporte público atrativo para a classe média”, avaliou.

Para o assessor da presidência do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Rui Gomes de Souza, o excesso de veículos não justifica os problemas no trânsito. “Todo mundo bate nessa tecla de que tem muito carro. Se a economia é de livre mercado, só se proibirmos a venda de veículos”, afirmou. “O problema é que a família cresceu e a casa é a mesma”, disse Souza fazendo alusão à malha viária que não acompanhou a expansão de carros.



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