A Vigilância Sanitária e a Promotoria do Idoso de Santo André se reúnem nesta quinta-feira para decidir o destino dos pacientes da Clínica de Repouso Sol da Manhã. A clínica foi interditada no dia 7 de junho pela Vigilância da cidade, após alegação de irregularidades na casa no bairro Bangu. Os parentes tinham até o dia 20 do mesmo mês para retirar os idosos da casa, o que não ocorreu.

O proprietário da clínica, Vitório Lopes Cabrera, recorreu à Justiça e o juiz substituto da 5ª Vara Cível da cidade, Glauco Costa Leite, deve decidir nesta quinta se mandará um perito à casa para averiguar as irregularidades apontadas pela Prefeitura.

Cabrera diz que avisou a todos os familiares da decisão desfavorável do juiz quanto à anulação do pedido de remoção, mas que aguarda a visita de peritos para mostrar que a Clínica Sol da Manhã foi modificada e obedece às normas vigentes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do Departamento de Controle Urbano da Prefeitura. Cabrera diz que a clínica sempre teve ambulância própria e 32 funcionários para atender aos pacientes, que pagam mensalidades entre R$ 700 e R$ 1,2 mil.

A Prefeitura e a Promotoria do Idoso não deram declarações à reportagem.

Satisfação – Enquanto a decisão do juiz não sai, a clínica funciona normalmente. Stanislava Amélia Gacek, 82 anos, uma das pacientes, está lá há sete meses. Ela conta que na época das reformas o lugar "estava um reboliço", mas agora Stanislava diz estar contente. "Gosto daqui e depois que me mudaram para um quarto sozinha ficou melhor", diz Stanislava, que antes dormia com outras duas idosas.

Nair Santana Apolóia, 70 anos, tem uma irmã de 90 anos na instituição desde 2001 e tampouco se mostra insatisfeita. "Não tenho queixas, minha irmã é bem atendida, está sempre limpinha e a comida é boa, já experimentei", comenta Nair. Ela completa que, diferentemente de outros lugares, lá a visita de familiares pode ser feita a qualquer hora do dia.

Na semana passada, pacientes, parentes e funcionários da clínica fizeram manifestação no Paço Municipal, com o intuito de pressionar a Prefeitura a não fechar a casa.

Reformas – A primeira visita da Prefeitura à clínica ocorreu em 2000, quando foram constatadas várias irregularidades. Desde então, a instituição executou modificações como a instalação de um elevador; construção de rampas para acesso a alguns dos quartos e banheiros; e remoção dos pacientes de quartos inadequados que não possuíam janelas nem iluminação natural para outros cômodos. Mas o fato das reformas terem sido feitas com os idosos no local levou a Vigilância a acrescentar outros itens irregulares no relatório: que as obras expuseram os idosos a diversos riscos de saúde e que o projeto de reforma não teve aprovação do Departamento de Controle Urbano.