Saudosismo, ataque aos adversários e realizações. Estes foram os ingredientes do discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizado ontem na Praça da Moça em Diadema, durante o comício do colega de partido e candidato à sucessão municipal, Mário Reali. Estiveram presentes no evento deputados federais, como José Eduardo Cardozo, o senador Eduardo Suplicy e o governador do Piauí Wellington Dias.

Com um público estimado em sete mil pessoas e acompanhado, Lula deu ênfase ao principal adversário de Reali na disputa pela cadeira da prefeitura, o deputado estadual José Augusto da Silva Ramos, ex-petista e que hoje está no PSDB. "Ele está dizendo por aí que é meu amigo, mas se fosse estaria aqui com a gente. Que diabo de amigo é esse que está do outro lado e falando mal de mim? Prezo muito a amizade, não guardo mágoa de ninguém, mas em Diadema o meu candidato é o companheiro Mario Reali", enfatizou.

Na seqüência, o presidente reforçou as críticas ao tucano relembrando o polêmico episódio ocorrido em julho de 2005. À época, José Augusto, no exercício de sub-prefeito da Capela do Socorro, sugeriu aos moradores da região que criassem jibóias para exterminar os ratos da região. "Primeiro ele falou em preá e agora, em jibóia. Uma pessoa que faz uma proposta dessa não pode merecer a confiança das pessoas da nossa cidade", destacou.

Lembrança - Após os ataques, o chefe do Estado do País garantiu ter inúmera estima por Diadema e relembrou de sua passagem pela cidade. "Me lembro que em 1969 vim para esta cidade para entregar o boletim do Sindicato dos Metalúrgicos e apenas uma avenida era asfaltada. Não tinha nem luz na cidade. Hoje, dá gosto ver o seu desenvolvimento e saber que a transformação começou com a primeira administração do PT em 1983", inflamou Lula apontando para o ex-prefeito Gilson Menezes (PSC), que à época foi o prefeito da cidade, e atualmente é o candidato a vice de Mário Reali.

O petista aproveitou também para falar do Quarteirão da Saúde, mega complexo hospitalar, inaugurado no último mês de maio e que custou cerca de R$ 80 milhões, entre recursos federais e municipais. "Viajo muito pelo País e pelo mundo e vocês tenham certeza que há muita gente com inveja, pois não existe em lugar nenhum um equipamento como esse", pontuou.

Feitos - Após destacar a saúde, Lula aproveitou para comentar sobre mais ações no País. E destacou: "Acho que Deus está morando no Brasil. Agora com a dádiva de Deus encontramos mais petróleo".

O presidente falou a respeito da descoberta de petróleo na camada pré-sal. "Queremos aproveitar essa grande descoberta da Petrobras para recuperar a nossa indústria naval", declarou. Em tom de brincadeira, ele disse "que em qualquer momento as sondas da Petrobras cavam tão fundo que podem trazer um parente do Paulo Okamoto", em referência ao presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que também estava presente no ato político.

Campanha - A presença de Lula serviu com grande motivação para os petistas de Diadema. O primeiro a abrir discurso foi o atual prefeito da cidade, José de Filippi Júnior, que em pouco mais de 15 minutos fez um discurso de prestação de contas ao presidente. "O Quarteirão está funcionando e atingindo números expressivos no atendimento, como a realização de 17 mil consultas por mês. O exame de oftalmologia tinha uma espera de 6,5 mil pessoas e hoje nós já zeramos. Esse é nosso compromisso e, por isso, o Mário tem de continuar esse trabalho", disse.

Na seqüência, o candidato a vice, Gilson Menezes, reforçou o discurso inflamado e aproveitou o público para lançar as chamadas frases de efeito, como: "Eu tenho um sentimento e confiança pelo Mário" e "O Mário mora na cidade".

Por fim, o candidato governista Mário Reali enfatizou as realizações de Filippi e de Lula e garantiu estar preparado para comandar a cidade. Em seu discurso, também atacou o adversário tucano. "As melhorias são feitas com ações e não com discursos evasivos. A administração está fazendo cada vez mais pela saúde. Não é com uma imagem de estetoscópio que esse tucano vai enganar a população", argumentou.