Cultura & Lazer Titulo Mamonas Assassinas
Mamonas: o mundo ficou mais chato sem eles

Há 20 anos, tragédia matou Mamonas Assassinas,
mas mesmo hoje a irreverência do grupo sobrevive

Por Vanessa Soares
02/03/2016 | 07:00
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 Eles ‘estouraram’ em junho de 1995. Com humor e simpatia, os Mamonas Assassinas, quinteto de Guarulhos, São Paulo – formado por Dinho (voz e violão), Bento (guitarra e violão), Samuel (baixo), Sérgio (bateria) e Júlio (teclados e backing vocal) – conquistou o País e atraiu legião de fãs em um piscar de olhos. Com apenas um trabalho lançado, álbum que lhes rendeu disco de diamante da ABPD (Associação Brasileira de Produtores de Discos), o sucesso foi meteórico. No pouco mais de sete meses que tiveram de carreira, fizeram inúmeros shows e visitaram os quatro cantos do País, incluindo o Grande ABC. Em 27 de outubro de 1995 tocaram no Aramaçan, em Santo André, juntamente com os Raimundos.

O sucesso dos Mamonas aconteceu talvez porque o mundo na década de 1990 não fosse tão ‘politicamente correto’. Com letras escrachadas, o repertório da banda – que nos deixou há exatas duas décadas em acidente de avião – tem citações machistas, racistas e homofóbicas, sem falar nos palavrões. Ainda assim, inovaram e chegaram ao topo. Mas qual reação eles teriam dos críticos de plantão se lançados na mídia nos tempos atuais? Difícil saber. O fato é que até hoje suas músicas fazem sucesso onde quer que toquem.

Levantamento inédito do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) mostra que entre 2014 e 2015 as músicas mais tocadas do grupo (em casas de show, boates, festas etc.) foram Pelados em Santos, Robocop Gay e Vira-Vira. Ainda segundo o órgão, entre as cinco canções mais regravadas por outros artistas estão, respectivamente, Pelados em Santos, Robocop Gay, Chopis Centis, Vira-Vira e Sábado de Sol. Os direitos autorais referentes à execução pública dessas trilhas continuam sendo distribuídos aos herdeiros do quinteto.

As músicas dos Mamonas também continuam sendo repercutidas pelas bandas cover. A Somrisal, batizada pelo próprio Dinho, é considerada cover oficial. “Tocamos como Mamonas Assassinas desde 1995 quando eles começaram a fazer sucesso. Em nossas orações sempre agradecemos a banda, pois, graças a eles, temos ideia de como é viver de música. Já viajamos o País inteiro para fazer shows”, conta Marcelo Guerreiro, baterista do grupo.

TRIBUTOS
Em homenagem aos músicos de Guarulhos, diversos especiais estão sendo produzidos este ano. A começar pelo O Musical Mamonas, com estreia marcada para o dia 11, no Teatro Fecomercio – Sala Raul Cortez (Rua Dr. Plínio Barreto 285. Tel.: 3254-1631), em São Paulo. No espetáculo de Walter Daguerre é como se o próprio quinteto contasse sua história. A temporada vai até 29 de maio. Os ingressos, à venda na bilheteria do teatro e no www.compreingressos.com, custam R$ 60 e R$ 120.

Ainda sem data de estreia, a Rede Record apresenta Mamonas Assassinas – A Série. Com autoria de Carlos Lombardi, a atração terá cinco episódios inspirados em fatos reais do grupo. Já o Multishow exibe hoje os maiores sucessos da banda no TVZ, a partir das 19h. Na sequência, às 20h30, o canal pago traz o documentário Mamonas Pra Sempre.




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