O ex-prefeito de Belgrado, Zoran Djindjic, encabeça o movimento de oposiçao a Slobodan Milosevic e convoca manifestaçoes diárias, para tentar forçar a renúncia do presidente iugoslavo. Djindjic decidiu desafiar as autoridades militares, que decidiram processá-lo por subversao, durante a ofensiva aérea da Organizaçao do Tratado do Atlântico Norte (Otan), assim como a polícia, que proibiu as manifestaçoes, mas nao interveio.

O líder do Partido Democrático (DS) foi a atraçao principal de uma manifestaçao contra Milosevic, que reuniu mais de 5 mil pessoas na terça-feira, em Uzice (200 km ao Sul de Belgrado). Durante esse comício, Djindjic convocou um ``movimento popular geral para libertar o povo sérvio da escravidao'. ``A cada dia, em cada cidade, devemos sair às ruas', até conseguir derrubar Milosevic, ``o dirigente mais incapaz da História', afirmou. ``Toda Sérvia opta pela desobediência civil. Isso provocará uma greve geral', prognosticou o chefe do DS. ``O mundo está disposto a aceitar a Sérvia, o povo sérvio nao perdeu sua credibilidade, só o regime a perdeu', afirmou. ``Devemos aplicar a tática que utilizamos há dois anos', disse. Nessa época, a oposiçao promoveu manifestaçoes durante três meses, até obter, com o respaldo da comunidade internacional, o reconhecimento de suas vitórias nas eleiçoes municipais. Na ocasiao, Djindjic era aliado de Vuk Draskovic, chefe do Movimento Sérvio de Renovaçao, um poderoso partido de oposiçao, e de Vesna Pesic, que dirigia a Aliança Cívica. Atualmente, o DS controla apenas a Aliança para a Mudança (SZP), uma coalizao heterogênea, que tem muito pouco apoio popular.

Djindjic é favorável à organizaçao de um governo formado por especialistas, com três objetivos prioritários: a normalizaçao das relaçoes com a comunidade internacional, com a finalidade de obter uma ajuda econômica para a Iugoslávia, a elaboraçao de um plano de repatriaçao dos sérvios que fugiram de Kosovo, além da preparaçao das eleiçoes antecipadas.