Em período de crise econômica e queda acentuada na arrecadação, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), anunciou que cortará o número de cargos em comissão do Paço como medida de contenção de despesas da máquina pública. Em encontro com integrantes do primeiro escalão do governo na semana passada, o petista decidiu que a partir desta semana já implementará o plano, diminuindo postos por livre nomeação. “Tivemos a reunião com o secretariado. Analisamos a questão do Orçamento e a expectativa de receita. Há necessidade de novas ações de diminuição de gastos. Por isso, colocaremos em curso redução de comissionados”, frisou o chefe do Executivo.

Grana explicou que o procedimento “não é linear”. Segundo o petista, a diretriz para os secretários passa por “não preencher” postos em vacância. “Não vamos mais nomear titulares a cargos que, por ventura, ficarem vagos”, apontou o prefeito, sinalizando, por exemplo, que a primeira ação neste sentido se dará com a saída da secretária adjunta de Educação, Ana Lúcia Sanches. Concursada na prefeitura de São Paulo, a número dois da Pasta deixará a administração municipal e retornará à Capital para desenvolver projeto na área de ensino. “A Ana (Lúcia) está se transferindo (para o governo Fernando Haddad, PT). Já definimos que não iremos indicar ninguém para o seu lugar.”

A gestão petista acredita que a medida, somada a outras já em vigência no Paço, enxugará total de R$ 150 milhões no prazo de um ano. “É conjunto de ações que pretendemos tomar para que em 2016 o deficit (financeiro) seja zero”, ponderou Grana. Ele assinalou que a equipe econômica tem executado ajustes desde o começo do exercício, como corte de celulares, restrição das horas extras dos servidores e exclusão de funcionários comissionados da Prefeitura dentro da proposta de reajuste salarial do próximo ano – os cerca de 600 empregados em cargos de confiança não entraram na lista de acréscimo nos vencimentos.

Em setembro, Grana anunciou a extinção de uma secretaria da administração, como parte de pacote de ações para poupar gastos e minimizar a crise econômica. Ele apontou, na ocasião, a unificação da Pasta de Direitos Humanos, chefiada pelo ex-chefe do Executivo João Avamileno (PT), e de Trabalho, até então comandada por Cícero Martinha (PDT). Avamileno assumiu a área fundida, enquanto que o pedetista foi exonerado da Prefeitura, voltando para a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá. Agora, são 18 setores no primeiro escalão, além de outras cinco autarquias e empresas públicas.

O prefeito destacou que o “momento atual é de diminuir custos”. “Estudos indicam que de cada 10 prefeituras, oito estão em situação de dificuldade econômica. Isso é preocupante”, reiterou Grana. Em contrapartida, o Paço implantou neste fim de ano a terceira edição do Recref (Programa de Recuperação de Créditos Fiscais) e a venda de terrenos públicos para levantar recursos.