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Mais de um idoso é agredido por dia na região
Willian Novaes
Do Diário do Grande ABC
07/03/2010 | 07:00
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O Grande ABC registra, em média, 1,3 caso de agressão a idoso por dia. No ano passado foram preenchidos 499 boletins de ocorrência nas três delegacias especializadas da região. As acusações são de maus-tratos, xingamentos, golpes financeiros, agressões físicas e outras. Entre as vítimas, pessoas de 60 a 88 anos.

Os agressores, na maioria das vezes, estão dentro de casa e são viciados em drogas e alcoólatras ou até vizinhos. Os filhos e netos são os principais algozes dessas pessoas.

Após as queixas serem formalizadas na polícia, o processo é encaminhado para os fóruns das respectivas cidades. Em agosto de 2009, a Justiça determinou que uma filha saísse da casa dos pais, após ser denunciada por maus-tratos. O veredicto final pode acabar em prisão dependendo da acusação. Na maioria dos casos há acordo entre o agressor e a vítima.

"A Justiça está mudando e isso é o que importa. Os idosos precisam de proteção e de respeito da sociedade. São pessoas que trabalharam a vida inteira e merecem descansar", diz o delegado João Batista Lemos, da Delegacia do Idoso de Santo André, que começou a funcionar em janeiro de 2009.

Os investigadores fazem visitas de rotina aos Institutos de Longa Permanência da cidade quando recebem denúncia de abuso ou maus-tratos. "Trabalhamos com a prevenção. Se recebemos alguma queixa desses locais, mandamos uma equipe e depois voltamos até o lugar para ver se está tudo bem", explica o delegado.

À delegacia também vão idosos que precisam apenas de atenção ou necessitam resolver problemas de contrato com prestadoras de serviços. "Tem dia que aparecem pessoas que só querem conversar e ouvir uma palavra amiga e têm outras que encaminhamos para o escritório da OAB que também atende especificamente os idosos que têm problemas com prestadores de serviços", conta Lemos.

As prefeituras de Diadema, São Caetano e Santo André registraram 383 atendimentos nos CRIs (Centros de Referência do Idoso) de vítimas de violência. A administração de São Bernardo também oferece o serviço, mas não informou os números de casos.

Nestes locais, as pessoas agredidas recebem tratamento médico, psicológico e acompanhamento de profissionais de saúde. Em alguns casos, as famílias são convocadas para prestar depoimentos e recebem instruções de como ministrar medicamentos e como deve ser o convívio com esses idosos, que em alguns casos já sofrem de demência ou outras doenças.

A polícia e os administradores municipais confirmaram que há crescimento de crimes contra idosos na região. "Aumentou o número de denúncias depois da criação do Estatuto do Idoso", diz Andrea de Castro, supervisora técnica do serviço de cidadania da Prefeitura de Santo André.

A Prefeitura de Ribeirão Pires iniciou neste ano o serviço do Conselho do Idoso, que pretende analisar os casos de violência e criar melhorias para essas pessoas.




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