Política Titulo Repercussão
Protesto divide líderes da região sobre eleição

Para petistas, manifestação não atinge pleito de 2016; oposição vislumbra desgaste do petismo

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
17/03/2015 | 07:00
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Líderes políticos da região estão divididos sobre os impactos da manifestação de domingo, que reuniu 1 milhão de pessoas nos arredores da Avenida Paulista, na eleição de 2016 no Grande ABC. Daqui um ano e meio, os 2 milhões de eleitores vão às urnas escolher sete prefeitos e 142 vereadores.

Para lideranças petistas, a presidente Dilma Rousseff (PT) precisa entender o recado das ruas e reajustar medidas econômicas que mexem em direitos trabalhistas. Para ícones do petismo, entretanto, o protesto não atingirá a força do partido no pleito de 2016. Já para oposicionistas, a tendência é de dificuldades para o PT no próximo processo eleitoral.

“O mais importante que vimos foi o amplo direito de liberdade de expressão. Se hoje estamos apurando e prendendo criminosos é graças ao PT”, disse o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT). “Mas precisamos rever algumas medidas impopulares”, salientou.

Para o prefeito Donisete Braga (PT), de Mauá, “a política é dinâmica” e, por isso, não se pode fazer relação entre as manifestações de domingo e a eleição de 2016. “Natural que gere desgaste significativo, mas cada localidade tem seu aspecto. Eu vou trabalhar para implementar as melhores políticas públicas para Mauá.”

“O PT já não tem a mesma força, isso é inegável. Há desgaste muito grande. Mas é superficial fazer relação neste momento. Porém, está claro que o PT está muito relacionado à corrupção”, afirmou o deputado federal Alex Manente (PPS), de São Bernardo, oposição a Dilma no Congresso.

Para o vereador de Diadema Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), a manifestação de domingo estava “confusa”, com bandeiras das mais diversas. Entretanto, ele reconheceu que há insatisfação popular com as medidas econômicas adotadas na gestão Dilma. “Condenamos a postura do Joaquim Levy (ministro da Fazenda) de taxar o pequeno capital em detrimento do grande capital. A presidente precisa arrumar o rumo de sua política fiscal.”

O parlamentar de São Bernardo Julinho Fuzari (PPS) vislumbra reflexo direto para a eleição de 2016. “A economia não vai melhorar até lá e o povo sabe que a bolha que está estourando foi criada pelo PT. Haverá dificuldades para eles na eleição.”

O também vereador são-bernardense Pery Cartola (SD) vê o “fim do PT” depois do protesto de domingo. “É o encerramento de um ciclo. O (Luiz) Marinho (prefeito de São Bernardo), por exemplo, não faz seu sucessor”, cravou.




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