Os professores da rede estadual iniciaram ontem greve por tempo indeterminado. A paralisação estava programada desde sexta-feira, quando a classe fez mobilização na Avenida Paulista, na Capital, da qual participaram 15 mil docentes. Na região, porém, poucas escolas foram afetadas. Conforme dados das subsedes da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), São Bernardo teve adesão de 50% e Mauá, em torno de 10%. As demais não informaram e o Estado também não divulgou percentual de adesão.

As principais reivindicações da categoria são aumento salarial de 75,33%, exclusão de quarentena e duzentena para os professores temporários e melhorias nas condições de infraestrutura nas escolas. Além disso, pedem contratação de professores temporários com garantia de direitos e atendimento médico pelo Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual).

A conselheira estadual da subsede da Apeoesp de São Bernardo, Nayara Navarro, disse que outro problema que acontece nas salas de aula é a superlotação. Atualmente, o Ensino Médio tem em torno de 40 alunos por sala e o Fundamental, 35, quando o ideal, segundo Nayara, seria 25 e 20, respectivamente, “Já vi listas com 50 nomes, o que significa que estamos longe do salto de qualidade que precisamos.”

Já em Mauá, os alunos foram avisados que não haveria aula. O conselheiro na cidade, Francisco Gomes dos Santos, diz que os pais têm entendido a situação. “Queremos educação com qualidade, que requer estrutura adequada.”

Outro fator debatido pelos grevistas é a rotatividade dos professores. Segundo o coordenador da subsede de Diadema da Apeoesp, José Reinaldo de Matos Lima, é necessário melhorar condições de trabalho para evitar o problema. “O professor precisa ficar mais tempo com o aluno para desenvolver trabalho de qualidade.”